quarta-feira, 4 de março de 2009

AGACIEL Maia. De trás pra diante: LEICAGA

Quinhetos e picos de anos não são nada na permanente descoberta do verdadeiro Brasil das velhas oligarquias.

Nestes dias, o povo brasileiro é informado que o Senado da República [instituição carcomida, que sequer deveria existir] possuía um Diretor-Geral no cargo há 14 anos que coleciona tantas suspeitas de corrupção quanto o exagerado tempo de duração de sua capitania hereditária no Senado. Mas só agora caiu, quando foi exposta a situação duvidosa de uma mansão de valor entre R$ 5 e R$ 6 milhões averbada em nome do irmão, um Deputado Federal - outra excelência das Brasília.

O nome do Diretor-Geral do Senado, não fosse um deboche, seria cômico: lendo-o de trás pra diante, pode-se tratá-lo como LEI-CAGA. Ou, quem sabe, no berço de sua origem oligárquica de presunção da eterna impunidade, não queira dizer: Andando e Cagando pra Lei. Confesso uma certa curiosidade em saber o que passava pela mente do progenitor de LEI-CAGA, quando resolveu batizá-lo como AGACIEL. Qual seria o profundo sentido existencial, simbólico e principalmente premonitório que reservava ao seu filhinho posto no mundo para dele tirar todo o proveito?

Sabe-se também que o distinto Diretor-Geral administrava a verba bilionária de R$ 2,7 bilhões ao ano do Senado.
Tirante o escândalo do LEI-CAGA em si, há outro escândalo não explorado: o orçamento do Senado permite concluir-se que:

- o povo brasileiro assiste sair pelo ralo anualmente R$ 2.700.000.000,00 para sustentar uma instituição de duvidosíssima valia para a democracia;

- cada uma das 81 excelências senatoriais custa anualmente ao povo brasileiro o valor de R$ 33.333.333,00.

- cada uma das 81 excelências senatoriais custam por mês o valor de R$2.777.778,00.

- o povo brasileiro dispende todo santo dia, para cada uma das 81 excelências senatoriais, o valor de R$ 92.593,00.

Boa oportunidade para discutir-se a reforma política completa, incluindo no cardápio o unicameralismo, com a extinção do Senado Federal.