quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Genocídio na Palestina e desesperança com Obama

A cada novo tom mais belicista e mais genocida das declarações das autoridades israelenses, mais o atual sistema de nações se mostra inválido e indecente. O assassínio tramado contra o povo palestino, a pretexto da exterminação do grupo Hamas, revela que os dirigentes do Estado de Israel passaram à fase de experimentação a terceiros das técnicas empregadas pelos nazistas na segunda guerra mundial: confinamento, isolamento, humilhação, campos de concentração e mortes de forma cruel e covarde.

O mapa do mundo contemporâneo é o mapa das guerras e de conflitos bélicos em todos os continentes. Na Ásia [Tibete, Índia e Paquistão, Afeganistão], na África [Congo, Zimbábue, Nigéria], na Europa [Bálcãs, Chechênia, Georgia], Oriente Médio [Iraque, Israel, Palestina, Irã] e na América Latina [Colômbia, México], espocam conflitos graves que não são solucionados porque as maiores potências e suas mega-empresas estão diretamente envolvidas e têm interesses econômicos e geopolíticos diretos. É da natureza mesma do capitalismo experimentar as transformações de longo prazo em contextos de crises, guerras e desordens.

No caso do Oriente Médio, não haverá solução enquanto os Estados Unidos e o conjunto das principais nações do globo não intervierem diretamente no conflito. Intervenção para retomar as resoluções da ONU consensualmente aprovadas e nunca cumpridas por Israel desde 1967 e para estabelecer as condições fundamentais de coexistência dos dois Estados, duas Nações e dois Povos com soberania e sem agressão.

Esta realidade, porém, parece estar muito distante. O silêncio de Barak Obama a respeito das agressões dos últimos dias, supera o protocolo e a formalidade de quem não é ainda o presidente em exercício dos EUA e assume a forma de uma cumplicidade desapontadora das expectativas mundiais que se ergueram com sua eleição.

Um dos melhores jornalistas do mundo e melhor e mais experimentado de todos os correspondentes de guerra, Robert Fisk, do jornal britânico The Independent, tem argumentos sólidos para crer-se que as decepções do dia seguinte com Obama poderão ser equivalentes às enormes ilusões alimentadas na véspera.

Em artigo publicado no Página12 da argentina, Robert Fisk escreve o artigo “
Con Obama no esperen progresos: “Si documentar es, como sospecho, dejar constancia de las irresponsabilidades de la humanidad, los últimos días de 2008 constatan mi visión. Empecemos con el hombre que no va a cambiar Medio Oriente, Barack Obama, quien como era predecible fue la “persona del año” de la revista Time. Ahí, oculta en una larga y tediosa entrevista, está la única frase que Obama le dedica al conflicto árabe-israelí: “Veremos si podemos construir sobre el progreso que ya se logró, aunque sea a nivel de conversaciones, en torno del asunto israelo-palestino; ésa será una prioridad”.
¿De qué habla este hombre? ¿Construir sobre el progreso? ¿Cuál progreso? Con otra guerra civil a punto de estallar entre Hamas y la Autoridad Palestina (AP), con Benjamin Netanyahu como contendiente para ser el próximo primer ministro, con el monstruoso muro israelí en Cisjordania y los israelíes construyendo cada vez más nuevas colonias en tierras árabes, mientras los palestinos siguen disparando cohetes sobre Sderot, ¿Obama cree que hay "progreso" sobre el cual construir?


Não haverá paz no mundo enquanto não houver uma solução digna envolvendo o povo palestino e pacificando o Oriente Médio. Infelizmente 2009 começou mais cedo, prenunciando os tempos tenebrosos que seguirão e vencerão a sensatez.