quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O pior da crise “não passou, está por vir”, segundo Chesnais

François Chesnais, economista marxista francês, um dos principais estudiosos dos mecanismos do rentismo e da livre circulação dos capitais chama a atenção, na análise da presente crise financeira atual, dos riscos de transbordamento da presente crise inclusive para uma “aventura militar de conseqüências imprevisíveis”.

Em exposição realizada em Buenos Aires em setembro último por ocasião de seminário promovido pela Revista Herramienta, Chesnais comentou sobre as razões para conclusões tão sombrias a respeito da crise. Diz ele: “Por isso, outro elemento a ter em conta é que esta crise tem como outra de suas dimensões a de marcar o fim da etapa em que os Estados Unidos podiam actuar como potência mundial sem comparação... Na minha opinião, saímos do momento que analisava Mészáros no seu livro de 2001, e os Estados Unidos vão ser submetidos a uma prova: num prazo muito curto, todas as suas relações mundiais modificaram- se e terão, no melhor dos casos, de renegociar e reordenar todas as suas relações com base no facto de que têm de partilhar o poder. E isto, evidentemente, é algo que nunca aconteceu de forma pacífica na história do capital... Então, primeiro elemento: um dos métodos escolhidos pelo capital para superar os seus limites transformou- se em fonte de novas tensões, conflitos e contradições, indicando que uma nova etapa histórica vai abrir caminho através desta crise”.
A íntegra da feita por François Chesnais
pode ser acessada aqui.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Noam Chomsky sobre a crise do sistema bancário

Vale ler a entrevista do lingüista e crítico estadudinense Noam Chomsky na Folha de São Paulo de hoje. A respeito do monumental aporte de verbas públicas para a orgia bancária internacional – que já ronda a cifra de 3 trilhões de dólares nos EUA e Europa juntos -, Chomsky diz que “A estatização completa é muito improvável pelas razões que eu mencionei. Uma ação nessa direção traria junto uma ameaça de democracia, ou seja, uma ameaça de o público se tornar envolvido nas tomadas de decisões sobre o sistema socioeconômico. O principal filósofo americano do século 20, John Dewey, observou que enquanto o público não ganhar controle efetivo das principais instituições da sociedade -financeiras, industriais, mídia etc.- a política permanecerá como “uma sombra dos negócios sobre a sociedade”. Naturalmente, esse é o tipo de negócio que o mundo prefere. E a sua dominância sobre os sistemas doutrinários e políticos é tão enorme que a tirania privada é chamada de “democracia”. Já a ameaça de haver democracia real é chamada de “ameaça da tirania”.
Ler a entrevista completa, clicar.