sábado, 10 de maio de 2008

Pedido de prorrogação da CPI do Detran

O primeiro prazo para a CPI do Detran concluir seus trabalhos termina no próximo dia 06 de junho. Com o emaranhado da falcatrua montada e o silêncio dos depoentes [a maioria já indiciados pela Polícia Federal], a CPI precisa mais tempo pra conseguir chegar a resultados concretos.

Tá rolando uma petição via web para que a CPI seja prorrogada pelos deputados, para permitir a conclusão eficiente do trabalho investigativo da Assembléia Legislativa. A petição pode ser assinada por qualquer pessoa no endereço
http://www.petitiononline.com/qw13579/petition.html.

Diz o texto final da petição:
Para bem esclarecer as circunstâncias em que ocorreu o desvio de mais de R$ 40 milhões das contas públicas, bem como apontar os culpados, solicitamos aos deputados que compõem a CPI, em especial aos deputados da base governista, que ASSINEM O REQUERIMENTO PELA PRORROGACÃO DA CPI DO DETRAN!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A desfiliação de João do PT [e o carimbo]

Meu amigo e camarada João R. saiu do PT. Em abril passado se desfiliou na sede do PT de Porto Alegre.

Chamou-lhe atenção o carimbo virado feito acidentalmente no documento de desfiliação pelo funcionário que o atendeu. Segundo João, pareceu-lhe uma metáfora com a situação do PT de hoje: tudo se encerrou num carimbo; um carimbo tão de cabeça pra baixo, tão invertido. Um carimbo tão fora de lugar que, porém, sequer incomodou o funcionário, à vontade com o “descuido”. A metáfora, enfim, serviu-lhe como uma espécie de analgésico a amainar a dor da decisão tomada.

João fez parte do memorável esforço que foi o movimento pró-PT, a partir de 1979. Em 1980, foi um dos filiados fundadores do PT. Ali no PT, ficou nestes quase 30 anos pela paixão e confiança nas políticas e nas idéias de esquerda. Nestes anos todos, nunca pleiteou pra si cargos ou favores partidários, assim como nunca dependeu de arreglos ou aritméticas para sobreviver politicamente ou materialmente. Sempre fez política e militou sem contrapartidas.

João é daqueles “exóticos” – ou alguns prefeririam ortodoxos - que preferem mil vezes a “demora histórica” da construção hegemônica de esquerda e socialista do que a rapidez volátil do pragmatismo que concebe até a coabitação do PP com o PT como fruto da “nova inteligência programática” ou da “exigência dos tempos” eleitorais.

João não faria – como não fez – nenhum alarde com sua decisão; apenas compareceu na sede do PT. A desfiliação dele, ao invés de despertar a ira generosa contra as perdas que se sucedem, só aprofunda o silêncio dum PT que parece querer renegar seu passado e sua história.

Na sua saída amistosa e respeitosa do PT, João mereceria ter recebido mais do que um simples carimbo de cabeça para baixo e o destino dos trâmites burocráticos no TRE. Resignemo-nos à realidade, contudo: o PT se dará conta da sua desfiliação na véspera da próxima ocasião eleitoral interna do Partido, quando então lhe telefonariam para “participar” do PT e da decisão sobre seus destinos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O ciclone, o Fogaça e a Yeda

A desestruturação dos serviços públicos ficou super evidente neste final de semana diante do ciclone [não o colorado, mas o climático] que atingiu o Rio Grande do Sul e sua bela e doce capital Porto Alegre.
Apesar de todas as previsões de que o ciclone chegaria, de que seria forte e que adquiriria ventos de mais de 100 Km/h [imagine-se uma colisão de carros nesta velocidade para saber-se o quão sérias seriam as conseqüências], tanto o governo municipal [Fogaça] quanto estadual [Yeda] demonstraram não só incompetência e despreparo, mas também o desdobramento de suas opções governamentais de desestruturar serviços essenciais para a população.
Os órgãos da defesa civil municipal e estadual passaram o final de semana batendo cabeça e deixaram bairros a descoberto e milhares de pessoas sem energia elétrica e ameaçadas com a destruição e queda de árvores nas residências e vias públicas. Faltou coordenação e planejamento prévio entre SMAN, Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, CEEE, SMOV, DEP, Defesa Civil e outros órgãos. Ficaram faltando os técnicos e equipes de emergência que não são repostos no serviço público.
Os ciclone [não o colorado, mas o climático], por isso, mais que um problema factual, é a revelação do fracasso dos governos Yeda e Fogaça que desestruturam os serviços públicos no Estado e na capital, mas que em tempos pré-eleitoriais abundam na propaganda e publicidade falaciosas.

ET: vale a consideração de que, no caso da CEEE, é até compreensível o descalabro da companhia, pois sabe-se hoje que seus ex-dirigentes Delson Martini e Antonio Dorneu Maciel, ao invés de dirigirem-na, estavam firmemente envolvidos com o Detran e a gestão dos negócios de mais de quarenta milhões.