sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Fala, Rambo!

O Ministro “Rambo” da Defesa, Nelson Jobim, curiosamente anda se esquivando da mídia e suspendeu as aparições espetaculares que costumava fazer em todos os finais de semana, principalmente em feriadinhos prolongados.

Desde que realizou sua obstinada profissão de fé de defenestrar toda a diretoria anterior da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil, o inventário que se faz é o seguinte:

i] uma companhia aérea fechou as portas de suas aeronaves, demitiu mais de mil funcionários e cancelou centenas de vôos domésticos e internacionais;

ii] a zona nos principais aeroportos do país fugiu, como antes, ao controle das “autoridades”, deixando milhares de passageiros na mão e irritados;

iii] um avião caiu sobre uma casa em São Paulo, logo após decolar do Campo de Marte;

iv] três helicópteros caíram no mesmo dia em São Paulo.

Fala Jobim!, ou melhor, fala Rambo!

Excelências ... na arte do engodo

Brasília é, provavelmente, uma das principais escolas de malandragem do mundo. Mas infelizmente não no sentido “brasiliano” e popular da expressão.

As Suas Excelências que habitam aquele reino - e atuam no Executivo, Legislativo, Judiciário, setor imobiliário, negócios, na vida, etc – sempre inventam maneiras extremamente criativas para tirar novas e permanentes vantagens e ampliar os velhos e polpudos privilégios.

Nesses últimos dias, algumas dessas Suas Excelências, os Senadores da República que habitam o lamaçal de uma “Casa” que a muito tempo deveria ter sido extinta, pousaram de moralizadores com a falsa proposição de extinguir a verba indenizatória de quinze mil reais a que têm direito mensalmente [por critério de “justiça”, as outras Suas Excelências, os nobres Deputados Federais, também percebem o mesmo valor ao mesmo título!].

Tal proposta, ao contrário de propiciar economia de gastos e tornar transparente o controle das despesas daquela “Casa”, conforme alardeado por amplos setores da mídia a-crítica, na verdade viabiliza [1] o privilégio de aumento de salário de Suas Excelências para R$ 24.500 e, ao mesmo tempo, [2] põe uma tampa no bueiro que é o descontrole e falta de critério do uso do dinheiro da verba indenizatória.

E por que isso? Simplesmente porque Suas Excelências utilizam os quinze mil reais todo o santo mês para fins desconhecidos e sem prestarem contas dos gastos realizados! Convém-lhes agir rápido, evitando que o habitus de tão transcendental “Casa” possa se tornar fonte de novos escândalos e dores de cabeça, o que já não falta naquela “Casa”.

Pra trouxas, definitivamente, Suas Excelências não servem. Principalmente quando agem às custas do povo.