quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Que dure, como Amauta

As razões materiais não estarão jamais acima das razões duma existência liberta, consciente e alegre. Mas as razões materiais eventualmente podem impor ritmos, potências e entregas aquém do desejo de dedicação de alma e corpo a empreendimentos que buscam o encontro da liberdade, da consciência e da alegria.

É devido a tal condição imposta à sua editoria que BiruTaDoSuL mergulha a partir de hoje no recolhimento, desculpando-se das pessoas amigas que acompanharam, estimularam e justificaram o pouco que até aqui foi concretizado.

Surgido quase “acidentalmente”, numa circunstância de insurgência civil em que os blógues - e a internet, de modo geral - se tornaram poderosas forças argumentativas diante do controle monstruoso da informação e da opinião no Brasil, nunca tive a presunção de que o BiruTaDoSuL viesse a se tornar “veículo” ou fonte de informação.

BiruTaDoSuL surgiu modestamente como um espaço autônomo para a publicação de opiniões, polêmicas e análises oferecendo ângulos variados de apreciação da realidade e dos fatos. Conforme dito na mensagem de lançamento em 05 de setembro de 2006, BiruTaDoSuL nascia como um blógue “Que se habilita como um espaço de reflexão, análise e manifestação de sentimentos e percepções acerca dos dias atuais e das direções dos ventos dos dias nossos de cada dia.”.

E nasceu desejando simplesmente “que a companhia seja profícua”. Como se vê, portanto, foram sempre singelos os propósitos desde seu nascimento naquela quase primavera de 2006.

Hoje, nesse 26 de setembro de 2007, 406 postagens depois, centenas de comentários recebidos às publicações feitas e do meu carinho indizível pela BiruTa dos ventos”, na pior das hipóteses consigo conceber a idéia de um recolhimento temporário – que até poderá ser prolongado -, mas não sua finitude.

Das muitas genialidades humanas, tenho lido e conhecido muito José Carlos Mariátegui, um peruano do início do século passado que se correspondia com Antonio Gramsci e cujo gênio criativo de esquerda adquire ainda maior saliência no contexto de uma existência brevíssima, interrompida precocemente, mas que condensou os melhores ensinamentos sobre política desde a perspectiva de esquerda.

De um texto de Mariátegui, por ocasião do terceiro aniversário da revista Amauta [sábio, em quíchua], que ele dirigia, busco as palavras para um até breve, que seja também um hasta la victória, siempre:

La primera obligación de toda obra, del género de la que Amauta se ha impuesto, es esta: durar. La historia es duración. No vale el grito aislado, por muy largo que sea su eco; vale la prédica constante, continua, persistente. No vale la idea perfecta, absoluta, abstracta, indiferente a los hechos, a la realidad cambiante y móvil; vale la idea germinal, concreta, dialéctica, operante, rica en potencia y capaz de movimiento. Amauta no es una diversión ni un juego de intelectuales puros: profesa una idea histórica, confiesa una fe activa y multitudinaria, obedece a un movimiento social contemporáneo. En la lucha entre dos sistemas, entre dos ideas, no se nos ocurre sentirnos espectadores ni inventar un tercer término. La originalidad a ultranza, es una preocupación literaria y anárquica. En nuestra bandera inscribimos esta sola, sencilla y grande palabra: Socialismo. [Con este lema afirmamos nuestra absoluta independencia frente a la idea de un Partido nacionalista, pequeño burgués y demagógico.]” José Carlos Mariátegui, Lima, setembro de 1928.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Vê, estão voltando as flores

Para recepcionar a primavera na bela e doce Porto Alegre, o samba-marchinha Estão voltando as flores”, do paranaguaense Paulo Soledade e uma maravilha pintada sobre óleo por Nélson Jungbluth, exposta num totem do Essa PoA é Boa, exposição paralela à Bienal, que acontece no DC Navegantes.
Vê, estão voltando as flores
Vê, nessa manhã tão linda

Vê, como é bonita a vida

Vê, há esperança ainda


Vê, as nuvens vão passando

Vê, um novo céu se abrindo


Vê, o sol iluminando

Por onde nós vamos indo
Por onde nós vamos indo

Inter teve título roubado em 2005

Deu no UOL on line: O ex-presidente do Corinthians, Alberto Dualib, que renunciou ao cargo na última sexta-feira por conta das acusações que sofre de lavagem de dinheiro, insinuou que o título brasileiro, conquistado pelo time alvinegro em 2005, foi “roubado” e que deveria ter ficado com o Internacional.
Continuar leitura no UOL ...
Ler o que BiruTaDoSuL já denunciou sobre esta falcatrua ...

diZerEs de camInHão

“Pior que muquirana empodeirado, só ignorantão depois que vira rico”

BiruTaDoSuL republica, a pedido, o dito de caminhoneiro sobre os muquiranas empodeirados, que homenageia pessoas que ocupam carguinhos no governo e se acham um supra-sumo. Para recapitular, a seção “diZerEs de camInHão” foi criada a alguns meses e recebe escritos sábias citações flagradas em apara-barros dos caminhões andantes da vida.

Os caminhoneiros possuem uma singular noção acerca da vida, e a eternizam em inscrições estampadas nos apara-barros dos seus possantes caminhões. Apara-barro, na concepção moderna de marketing, é uma espécie de “outdoor traseiro ambulante”.