quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Pergunta às professoras Yeda e Mariza

A governadora Yeda faz exatamente aquilo que se sabia que faria: o oposto ao prometido na campanha eleitoral. Jurava que não aumentaria impostos e antes mesmo da posse enviou o projeto de tarifaço para a Assembléia Legislativa. Desmentia neuroticamente o vice-governador Paulo Feijó quando ele declarava abertamente que privatizariam o Banrisul e agora, com a venda das ações na Bolsa de Valores, inicia a privatização do Banco Estadual.

Yeda também prometia a redenção nas áreas sociais com o atingimento do nirvana na educação, e agora faz exatamente o oposto aglomerando a gurizada em classes escolares que poderão ter até inaceitáveis cinquenta alunos. A isso a governadora Yeda, uma frasista de péssimo gosto, chama de "enturmação".

É de se perguntar à professora Yeda e à sua secretária de Educação, a também professora Mariza Abreu, se aceitariam aglomerar – ou na linguagem delas "enturmar" – seus filhos em lugares que se assemelham mais a depósitos humanos do que a escola.

Espetáculo de insensatez

Com a espetacularização do acidente do avião da TAM, a Câmara dos Deputados dá demonstrações lastimáveis de insensatez, de falta de ética e de absoluta falta de respeito com as vítimas, com os pilotos e com os familiares.

Não há explicação no mundo que justifique o que faz o que deveria ser um Parlamento. Com o devido perdão aos habitantes adremnenses, é de se supor que nem na nação adreM se cometeria tamanho desatino.

Liberdade de Macalão

As investigações da fraude dos selos na Assembléia Legislativa são claras a respeito do envolvimento do ex-Diretor de Serviços Administrativos Ubirajara Macalão nessas e em outras falcatruas que estão sendo investigadas.

É estranho que Macalão continue em liberdade, se não é beneficiado pelo instituto da delação premiada, dificulta as investigações, oculta demais integrantes da sua quadrilha e pode se esconder, assim como fez com os milhares de selos enterrados na beira da sua piscina da casa de praia.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Nunca nos cansamos

Jeferson Miola
A direita brasileira, lacerdista de cepa bem conhecida, continua golpista como ontem, como hoje e como sempre será. Considera seus privilégios algo sagrado, eterno e intocável. Por isso, rechaça como anti-natural a mínima ameaça a privilégios sacralizados.

Porém, essa direita revela não possuir criatividade alguma, embora vez que outra mude seus nomes de UDN para PSDB, de Integralismo para PFL para finalmente se chamar Demoscrata. Agora a direita golpista reedita uma campanha nos moldes da TFP – Tradição, Família e Propriedade, e a isso chama “movimento cívico pelo direito dos brasileiros”, resumida no eslogão “Cansei”.

A pretexto do acidente da TAM – que os promotores do “Cansei”, especialistas em aviação como são, consideram um assassinato promovido pelo governo Lula – lançam a campanha em sinal de fim de paciência e de tolerância com o que consideram o estado de “desordem, caos e corrupção” em que se encontra o Brasil.

Falam, obviamente, a respeito do Brasil deles, que não haverão de recuperar para tornar a destruir. Um Brasil patrimonializado privadamente e sorvido suculentamente por eles e seus ancestrais dominantes dessas plagas desde um tempinho imediatamente depois da descoberta, lá pelos 1500 dc.

A campanha “Cansei” carece inclusive de significado etimológico. Não é “cívica”, porque promovida por aqueles que sempre fizeram o jogo dos que nos colonizaram. Com os portugueses pilharam o país herdando riquezas e fazendo fortunas. Até a pouco tempo, quando governavam o país, foram fiéis serviçais dos interesses dos Estados Unidos, contrariando os interesses do Brasil e as necessidades do povo brasileiro.

Este movimento também não defende os “direitos dos brasileiros”, como alega. Ao contrário, tem uma composição social cujos interesses sempre são sobrepostos aos interesses e necessidades universais do conjunto dos brasileiros e brasileiras. Durante séculos sequestram direitos essenciais de vida digna e retiram quaisquer oportunidades de presente e de futuro para todos aqueles que não pertencem à sua classe. Aliás, eles pouco se importam pelos “direitos dos brasileiros”; menos ainda quando os brasileiros não optam eleitoralmente por eles.

Quando governavam o país, acobertavam toda espécie de maracutaia, impediam o trabalho independente e sério da Polícia Federal e protegiam os corruptos e os bacanas que assaltavam os cofres públicos.

Eles não se insurgiram, por exemplo, contra a inJustiça brasileira que condenou a jovem negra e favelada Angélica Aparecida de Souza a quatro anos de prisão por ter furtado um pote de margarina de R$ 3,20 para alimentar o filho faminto.

Não se tem notícias de indignação veemente de alguém deles dizendo que “cansou” com o comportamento dos seus filhos riquinhos que mataram incinerado o índio Galdino dos Santos em Brasília.

O que eles fizeram no mês retrasado quando seus filhinhos - construídos na subjetividade de que como ricos são sem-limites de poder e tudo podem - espancaram a digna empregada doméstica Sirlei Dias Pinto pela simples razão de presumirem que ela era uma puta e que por isso deveria ser banida da paisagem deles?

O negócio dessa gente que promove a campanha “Cansei” é outro. Eles não querem saber de nada “cívico” e menos ainda de “direitos dos brasileiros”, de justiça social e de democracia.

O negócio deles é negócio mesmo. Do tipo graúdo, de quem não se conforma em ter sido derrotado eleitoralmente e de ter perdido a possibilidade de continuar manietando o Estado e o orçamento trilardário para continuarem acumulando privativamente e em benefício próprio.

É por isso essa maquinação toda. Arquitetada pelos ricaços, pela Fiergs, por publicitários direitistas, mega-empresários, OAB/SP e o reacionarismo tucano-pefelento.

Eles são, na realidade, a antítese radical ao que dizem ser. Com cinismo declamam um estranho gosto pelo civismo, pelos direitos dos brasileiros, pela justiça e pela solidariedade. A começar pelo eslogão “Cansei”, egoísticamente na primeira pessoa do singular, que se contrapõe a toda a imensa maioria que nunca nos cansamos de lutar contra a opressão e injustiça existentes, até conseguirmos eliminá-las por completo.

Eles frequentam a DasLu, sonegam impostos, promovem festerês nababescos, se locupletam com os privilégios de uma acumulação privada indecente e se cercam nos seus condomínios luxuosos com medo do sábio povo que não faz quórum à sua campanha golpista.

São a exata contraposição simbólica à grande maioria humilde e digna do Brasil que frequentamos as DasPu, que nos inquietamos com a fome de quem está ao nosso lado e repartimos o pão e que acreditamos que apesar das limitações e contradições do governo que elegemos, ele é incomparavelmente melhor e faz muitíssimo mais que eles fizeram no país em todos os quinhentos anos que governaram.

Nunca nos cansaremos de lutar contra toda demagogia, toda vilania e toda a movimentação golpista que busca combater este governo eleito democraticamente, como eles já fizeram em 1964. Serão as centenas de milhões de incansáveis que garantirão a realização das mudanças ansiadas pelo povo brasileiro, e não aqueles que, mesmo provindos do serpentário da direita, hoje estão assentados na Esplanada de Brasília.

Inverno no Alto Uruguai gaúcho