sábado, 14 de julho de 2007

Senado precisa de extremunção e não de umbanda

Unicameralismo Já! Fim do Senado Federal! [ler o que já foi escrito ...]

A cada dia emana do Senado Federal uma razão substancial para justificar o fim daquela instituição embolorada, carcomida e anacrônica.

Não bastassem as sucessivas chanchadas e episódios lamentáveis que ridicularizam cada vez mais aquela “Casa”, vem o Senador Romeu Tuma e produz essa notável asneira:

- “Com todo o respeito que tenho ao espiritismo, se trouxermos dez chefes de terreiro, sendo três da Bahia, ainda assim não se faz o descarrego desta Casa hoje, pelo peso da espiritualidade negativa que está tomando conta da Casa”.

Tuma, que é Corregedor do Senado, poderia ao menos poupar tamanha ofensa à umbanda e às religiões afro-descendentes. Mais apropriado seria se tivesse apelado ao neomedieval Joseph Ratzinger. O caso lá é de extremunção, não de encosto.

A cada dia abundam razões para a retomada da reforma política – por que não a convocação de Assembléia Constituinte? – para consumar a extinção do Senado e a instituição de sistema unicameral no Brasil.

Não faltará lugar no reino de Ratzinger para os santos que habitam a “Câmara Alta”.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sexta 13

Sexta 13


Sexta 13

Dia enluarado

Noite ensolarada

Cidade esbranquiçada

Por gelo fino

Derretido com o calor

Da Bruxa que vaga nas nuvens

Com feitiço e frescor

Que ninguém d´Ela subtrai

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Autocrítica de Cuba

Por Fidel Castro
O trabalho físico não gera por si próprio uma consciência. Cada trabalhador é diferente. O seu temperamento, o seu organismo, os seus nervos, o tipo de trabalho que realiza, o rigor dele, as condições em que utiliza a sua força — sob o sol ardente ou em área climatizada— se for pago por serviço ou remunerado por um salário, se tem hábitos de disciplina ou não, se está em todas as suas capacidades mentais ou sofre dalguma deficiência, escolas onde estudou, professores que teve, se for profissional ou não a actividade a realizar, se o trabalhador é de origem camponesa ou urbana. Uma coisa muito importante: se maneja ou distribui bens ou serviços de qualquer tipo, quem são os seus chefes, qual a imagem que projectam, de que maneira falam, como olham. Poderia preencher páginas a falar das diferenças individuais de cada trabalhador. Portanto, o que mais precisa o cidadão do nosso país são os conhecimentos, se desejamos criar uma consciência.
Ler o artigo de Fidel ...

Estados Unidos financiam mídia conspirativa na Venezuela

Recentemente foram abertos os arquivos secretos da CIA – chamados de “Jóias da Família - relativos às ações ilegais e criminosas da agência de inteligência nos anos 1950 a 1970. Tais arquivos confirmam suspeitas agora comprovadas, como as tentativas de assassinato de Fidel, o apoio ao golpe militar no Brasil e outros países do continente e conspirações contra os alegados “inimigos” da democracia estadunidense.

Agora o governo dos Estados Unidos é acusado de financiar a mídia golpista na Venezuela patrocinando o influente jornalista William Echeverría da emissora Globovisión, além de financiar através do Departamento de Estado a criação de televisão “municipal” em cidade administrada pela oposição ao presidente Chávez. Para ver o vídeo com a acusação de que Echeverria recebeu dinheiro dos Estados Unidos.

Quando os arquivos atualizados das Jóias da Família forem publicados dentro de trinta anos, o mundo se perguntará como foi possível tal dominação imperial capitaneada por um fascínora como Bush em pleno século 21.

A tirania mundial

Por Fidel Castro
Aqueles que constituíram a nação norte-americana jamais imaginaram que aquilo que estavam proclamando nessa altura levava consigo, mesmo como qualquer outra sociedade histórica, os gérmenes de sua própria transformação.
Na atrativa Declaração de Independência de 1776, que na quarta-feira passada fez 231 anos, afirmava-se algo que de uma maneira ou outra cativou a muitos de nós.

Ler a análise de Fidel Castro na íntegra ...

Que feio: Lula e Chávez brigam e não se falam


Deu no Blog do Bob Fernandes que Lula e Chávez vêm colecionando conflitos e desentendimentos, com o comprometimento dos negócios entre Brasil e Venezuela.
Para ler no Blog do Bob Fernandes ...

Partido de Bush também quer fim da barbárie que exultou

No último final de semana o tradicional New York Times defendeu, em editorial, a imediata saída das tropas de soldados dos Estados Unidos do Iraque, conforme comentado em “NY Times hoje condena barbárie que exultou em 2003”.

Agora foram os senadores do Partido do Republicano de Bush que exigiram o mesmo. Eles, grandes entusiastas da guerra em 2003, agora não aceitam a proposta de Bush de aguardar até setembro para a discussão de um cronograma de retirada militar.

Existem senadores do Partido Republicano dispostos a apoiarem o projeto de lei do Partido Democrata que prevê o início da retirada em 120 dias e o fim da ocupação estadunidense no início de 2008, deixando o Iraque e o povo iraquiano nas condições em que deixarão – destruído, saqueado, dividido, órfão e em meio a guerra civil sangrenta.

Fujimori: outro neoliberal que se safa

Um juiz da Corte Suprema do Chile negou o pedido de extradição do ex-Presidente Alberto Fujimori, sob o pretexto de não haver provas do envolvimento dele com atos de corrupção e com esquadrões da morte durante o decênio que governou o Peru, de 1990 a 2000 [sic]. Para ser liberado da prisão domiciliar que cumpre numa mansão em Santiago, Fujimori aguarda a sentença final, que terá o mesmo rumo da decisão do juiz.

Fujimori, que pretendia retornar ao Peru para concorrer às eleições presidenciais do ano passado, ficou preso no Chile por motivos puramente formais/documentais. Como percebeu que as coisas não ficariam bem para ele no Peru, fugirá novamente para o exílio no Japão, onde pretende se candidatar ao Senado nas eleições do final desse mês. Como se vê, dupla nacionalidade sempre tem suas vantagens.

Fujimori, juntamente com Menem na Argentina, Collor e FHC no Brasil, Salinas no México, Andrés Pérez na Venezuela e quejandos, faz parte da marcante geração responsável pela destruição neoliberal do continente latino-americano. Foi destituído do governo por uma rebelião popular depois de serem revelados detalhes dos massacres e corrupção praticados pelo seu governo, sob o comando do principal assessor e ex-Ministro Montesinos.

Brasil - Indignados e envergonhados

Se na questão política há o ânimo de condenar, o acusado, mesmo inocente, será condenado. Se há ânimo de absolver, o acusado, mesmo corrupto, será absolvido.
Artigo de Leonardo Boff, no Correio da Cidadania ...

terça-feira, 10 de julho de 2007

SubCdte Marcos: duas políticas e uma ética


Trechos da conferência do Subcomandante Marcos feita no Auditório Che Guevara da Universidade Autônoma do México para estudantes no último mês de junho, sobre ética e política:
...

Quando e como foi que a ética e a política tomaram esses caminhos?
A ética, o caminho asséptico e medíocre da academia.
A política, o caminho do cinismo e da sem-vergonhice ‘realista’.

Quando foi que a intelectualidade progressista renunciou à análise crítica e se converteu em triste carpideira das derrotas e fracassos de uma classe política que já está morta a vários anos?

Quando se operou essa alquimia mágica que fez dos intelectuais progressistas os justificadores, e não poucas vezes os aduladores, da obrigação de uma ‘esquerda’ tão entre aspas e tão à direita, que têm de fazer malabarismos para tirar da sua posição real no espectro político?


...

E o que se fez da ‘esquerda’ [já levo tantas aspas para ‘esquerda’ que temo que acabem as do teclado], a esquerda que fez o caminho eleitoral [algo compreensível e válido] e ao seu passo foi deixando os princípios, quer dizer, a identidade, como se fosse não só um monte de escombros, mas também um peso afundado?

Para ler todo a conferência em castelhano, clicar aqui.
No final do documento, tem o áudio da conferência, com duração de aproximadamente 25 minutos.

Programa de Yeda prometia prorrogação dos pedágios

No programa de governo da então candidata Yeda Crusius, às páginas 15, aparecia eufemísticamente a proposta de Novos Equilíbrios para os Pedágios de Consórcios que diminuam o custo para o usuário de automóveis e ônibus. [Item 4 do Capítulo Transportes e Sistemas Logísticos].

Na tradução do tecnocratismo do programa de Yeda para o português real “novos equilíbrios” significa “prazos maiores”. O eufemismo escondia o objetivo real de Yeda, de prorrogar os pedágios de Britto e ampliar os custos que as opções neoliberais representam para o Rio Grande e para os gaúchos.


Durante as eleições, BiruTaDoSuL tratou pelo menos quatro vezes do assunto entre os dias 20 e 25 de outubro de 2006 nas postagens ESCÂNDALO: Yeda quer prorrogar contratos de pedágios, Resposta ao IOTTI, Mais pedágios com POLÃO de Yeda, Britto e Padilha e O “preço Yeda” do atraso.

Pena que este assunto, assim como a proposta de Yeda, Britto & Padilha do Polão da BR116 não tenham tido maior exposição no debate eleitoral do ano passado.

Prorrogação dos pedágios: o privado sempre acima do interesse público

A Construtora SULTEPA é uma das empresas proprietárias do Consórcio UNIVIAS, que administra as estradas concedidas do Rio Grande do Sul [estradas dos Pólos de Caxias do Sul, Lajeado e Região Metropolitana, transferidas à iniciativa privada e pedagiadas pelo governador Antonio Britto em 1997]. A SULTEPA vem negociando a venda do Consórcio [leia-se: a venda da concessão das estradas e da exploração dos pedágios] para os grupos paulistas EQUIPAV e BERTIN desde setembro de 2006.

A deputada Marisa Formolo [PT] divulgou na CPI dos Pedágios da Assembléia Legislativa que a empresa SULTEPA assumiu, como parte do Acordo de Investimentos para a venda do UNIVIAS a prorrogação dos prazos dos contratos dos atuais pedágios controlados pelo Consórcio. Tal informação foi descoberta no ofício do Diretor Administrativo da SULTEPA enviado em 23/03/2007 à Comissão de Valores Mobiliários, no qual é explicado:

O Acordo de Investimentos e Outros Pactos celebrado entre as partes em 27.09.2006, considera três etapas para definição e cumprimento total do Pacto (Acordo), sendo que até esta data, estão pendentes as duas etapas mais importantes; a saber:

a) aprovação pelo Órgão concedente DAER-RS; e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul de em quantos anos será prorrogado à Concessão das Rodovias; esta fase será analisada pelo atual Governo; já em tramitação no Legislativo e a expectativa é de conclusão ainda no primeiro semestre de 2007.

Essa correspondência traz pontos importantes à luz:

[1] o Diretor Administrativo da SULTEPA dava como favas contadas a prorrogação dos contratos pelo DAER e Governo do Estado, tendo dúvidas somente sobre quais seriam os novos prazos. Ou, como o próprio diz na carta, “de em quantos anos será prorrogado”.

[2] o Diretor Administrativo da SULTEPA se passou ao dizer que o Projeto de Lei autorizando a prorrogação dos contratos já tramitava na Assembléia Legislativa, o que não é verdadeiro.

[3] se a certeza do Diretor Administrativo da SULTEPA de que os contratos serão prorrogados provinha de informações privilegiadas junto ao DAER e ao Governo do Estado, existiriam aí algumas impropriedades. Poderia o Executivo, por exemplo, atuar em favor de negócios privados, fazer promessas condicionantes de negócios e antecipar resultado de votação dos parlamentares na Assembléia Legislativa?

Que llege la nieve en Porto Alegre


Oxalá ventos e massas polares tragam a neve caída em Buenos Aires ontem à bela e doce capital de todos os gaúchos.
Os presságios favorecem.
A última vez que nevou em Porto Alegre foi em agosto de 1984. Teria sido, então, a segunda vez em todo o século passado.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

NY Times hoje condena barbárie que exultou em 2003

Jeferson Miola

O influente New York Times, assim como o seleto punhado de jornais conservadores dos Estados Unidos, da Inglaterra e da Europa que produzem 90% das notícias que dominam o noticiário no mundo inteiro, em março de 2003 utilizou toda a sorte de ardis e mentiras para estimularem a guerra unilateral promovida por George W. Bush contra o Iraque. A despeito da ONU e de todos os demais países e governos contrários à invasao, à exceção da Inglaterra de Blair, da Itália de Berlusconi, da Espanha de Aznar e de Israel de Sharon.

O NY Times não poupou o tom macarthista na sua cruzada. Dividiu a humanidade em dois tipos, entre “os que são favoráveis aos Estados Unidos e sua estupidez” e os que são “aliados do terrorismo de Bin Laden e seu bando”. Chegaram a inventar, assim, uma nova modalidade de “patriotismo mundial”.

Com o fabuloso poder midiático mundial de pasteurizar e editorializar absolutamente todos os itens da vida moderna – da cultura aos hábitos de consumo, às preferências de educação e “até” os “prosaicos” assuntos de guerra -, este jornalismo conseguiu provisoriamente entorpecer mentes mundo afora com a falácia da “necessidade” da guerra.

Durou pouco: apesar da cegueira intencionalmente provocada, já a partir de abril de 2003, um mês depois do início da invasão anglo-estadudinense, começaram as gigantescas manifestações em todo o mundo contra a guerra.

Hoje, com mais de quatro anos de atraso, o NY Times se volta contra a estupidez que teve papel fundamental na promoção. Sem nenhuma crise de consciência e sem a mínima autocrítica, defende em editorial a imediata saída dos soldados dos Estados Unidos do Iraque.

Sustenta que a saída deve se dar “no prazo estritamente necessário para a remoção operacional e logística”, deixando o Iraque de pernas pro ar e ardendo em fogo. Assim, como se não tivessem mais nada a ver com o assunto. Decerto chamarão a “comunidade internacional” para administrar outra tragédia humanitária semeada pelo governo imperial que defendem.

O NY Times, dessa forma, segue sua sina de colonizadores bárbaros. Faz jus à condição de imprensa imperial. São os donos do mundo, e tirante os interesses dos Estados Unidos, o “resto” não interessa, ainda que sejam os destroços gerados por eles mesmos. Fazem terra arrasada do território e da vida dos outros, extraem todas as riquezas e benefícios almejados e simplesmente caem fora.

É o que fica explícito no texto do editorial de ontem do jornal – “O caminho para casa” -, que prova que quando o cinismo e a canalhice vencem, o futuro pode se transformar em miragem.

Está assustadoramente claro que o plano de Bush é levar a situação enquanto for presidente e depois despejar a confusão nas costas de seu sucessor. Seja qual fosse sua causa, ela está perdida.

Os líderes que Washington apoiou [sic] são incapazes de colocar os interesses nacionais acima do acerto de contas sectárias. As forças de segurança que Washington treinou se comportam como milícias sectárias [sic]. As forças militares adicionais enviadas à região de Bagdá não conseguiram mudar nada.

Continuar a sacrificar as vidas de soldados americanos é errado. A guerra está solapando a força das alianças e das forças militares do país. Ela é um perigoso desvio de atenção da luta de vida ou morte contra o terror. É um ônus sobre os contribuintes americanos e uma traição ao mundo, que precisa da aplicação sábia do poderio e dos princípios americanos. A maioria dos americanos chegou a essas conclusões meses atrás”.

Para ler todo o texto do editorial, que foi publicado pela FSP ...

Robert Fisk: jornalismo da justiça, da decência e posicionado

No final do último junho a Folha de São Paulo antecipava a vinda de Robert Fisk ao Brasil para participar da Feira Literária Internacional de Parati [FLIP] a fim de lançar seus dois novos livros – “Pobre Nação” e “A grande guerra pela civilização”.

O jornal realizou então uma entrevista muito interessante, na qual o correspondente britânico falou sobre a situação Palestina, a relação do mundo ocidental com o Oriente Médio, islamismo, governo Bush e, obviamente, sobre como exerce jornalismo.

Robert Fisk diz temer que George Bush invada o Irã em 2008: “Acordo todas as manhãs e penso: aonde esse homem nos levará hoje?”.

Refutando a imputação de que ao criticar Bush e a posição do governo dos Estados Unidos estaria assumindo posições favoráveis ao mundo oriental, Robert Fisk responde ao repórter e à hipocrisia da imparcialidade da mídia:
- “Veja o que escrevi sobre os Saddams e Arafats da vida. Sou bastante crítico a eles. Assim como à maioria dos regimes árabes. Como jornalista, você tem de estar do lado da justiça, do equilíbrio, da decência, tem de se posicionar. O Oriente Médio não é um jogo, onde você dá tempo equivalente para cada time. Não é um julgamento público, é uma imensa tragédia humana. Se estivéssemos cobrindo o tráfico de escravos no Brasil no século 17, nós daríamos o mesmo espaço ao escravo e ao traficante?

Ler toda a entrevista ...

Robert Fisk, jornalismo feito verdade

Robert Fisk é inglês, reside a mais de trinta anos no Oriente Médio e como o principal correspondente internacional do mundo naquela região conflagrada, acompanhou e acompanha de perto várias guerras e conflitos e as tragédias humanas que lá se desenrolam.

Fisk é jornalista do The Independent, tradicional jornal britânico, e revela não usar a internet e email, mas sim arquivos impressos sobre os assuntos dos quais trata. Em seu currículo, ostenta a rara [senão única] entrevista realizada por um ocidental com Osama Bin Laden. Diretamente na caverna em que o “co-pai dos terrores” vivia [o outro “pai dos terrores” atende por GW Bush].

Robert Fisk esteve nos últimos dias no Brasil participando da Feira Literária Internacional de Parati [FLIP]. É de lá da FLIP que foi feito o relato do blog de Marcelo Tas sobre o “encontro com Robert Fisk, o ‘animal furioso’”.

Um preâmbulo das opiniões lúcidas de Fisk:

Os jornais geralmente tratam os assuntos, especialmente a guerra, como um jogo de futebol. Concedem 50% do tempo para cada adversário. Mas a guerra não é um jogo de futebol. Se eu fosse contar a história do tráfico de escravos africanos para o Brasil deveria dar 50% de espaço para os traficantes de escravos expressar suas opiniões? E também outro tanto para os nazistas?

Uma guerra é pura dor. Já estive num corredor de hospital em Bagdá com o chão ‘inundado’ por três centímetros de sangue. Vi uma criança sem perna com sua mãe ao lado segurando seu braço decepado. Junto delas, um soldado iraquiano com o olho perfurado. Era um soldado do exército que defendia Saddam Hussein. A guerra é o fracasso da civilização.

Por isso não acredito em jornalismo de manchetes. Não se pode brincar com a guerra. A imprensa numa hora dessas pode ser uma arma letal. Como foi o The New York Times que apoiou a invasão do Iraque por George Bush. O mesmo jornal disse que no Independent cobrimos o Oriente Médio como animais furiosos. Fiquei muito feliz com essa condecoração (risos).

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domingo, 8 de julho de 2007

Por que os odiamos?

O judeu Gilad Atzmon nasceu em 1963 em Israel, serviu ao Exército Israelense e se radicou na Inglaterra em 1994, onde atua profissionalmente como músico saxofonista e clarinetista [clicando acima se acessa o saite dele e o ótimo jazz que rola ali]. Gilad parece ser, portanto, um insuspeito israelense que deseja paz no Oriente Médio e que luta pelo reconhecimento de um Estado Palestino livre, autônomo e soberano.

No artigo “Por que os odiamos?Gilad argumenta que Blair “é o homem que em apenas dez anos conseguiu destruir uma das sociedades mais harmoniosas do Ocidente. Tony Blair, a grande promessa do Partido Trabalhista, governou o país durante uma década, conseguiu arrastar este país para todos os conflitos possíveis e levar pequenos conflitos a níveis de crise. Ele conseguiu mentir repetidamente ao seu povo, parlamento e governo; e iniciou uma guerra ilegal que custou a vida de 700,000 civis inocentes. Obviamente ele não pensou no impacto que estas guerras poderiam ter na sua sociedade multiétnica”.

2 em 1: Chávez / Venezuela e Biocombustíveis

O Blog do Alon no texto “O embaixador do aumento do preço da comida” comenta sobre [i] a posição de senadores do PT a respeito dos ataques da direita “senatorial” brasileira à Venezuela e ao governo de Hugo Chávez e [ii] sobre o papel desempenhado pelo Brasil na produção de biocombustíveis.

Sobre [i] Chávez e a situação venezuelana, Alon diz que “nem o governo dos Estados Unidos, com quem o presidente venezuelano, Hugo Chávez, vive às turras, ousa dizer que as eleições na Venezuela não são democráticas. Mas o que nem a Casa Branca tem coragem de externar já é dito sem peias no Brasil. ... É triste que o nosso parlamento tenha se tornado um foco de agitação antivenezuelana. Sem que os senadores da esquerda oponham resistência significativa. Peço que me mostrem uma atitude ou ação do governo venezuelano que possa ser interpretada como ofensiva ao Brasil. O problema está no sentido oposto: as crescentes provocações políticas partidas daqui contra a Venezuela. Sem que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ou o PT reajam”.

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Sobre [ii] biocombustíveis Alon analisa que “O mesmo Lula que começou seu ciclo no poder vendendo-se como o embaixador do combate à fome, especialmente na África, transformou-se no embaixador da redução da dependência americana do petróleo. O que o faz acumular outro papel: embaixador mundial do aumento do preço da comida. O que vai prejudicar especialmente os mais pobres. Principalmente na África. E aumentar a fome. Claro, você sempre pode acreditar que as oportunidades de negócios criadas pelo novo ciclo monocultor vão representar a libertação dos povos explorados e oprimidos, principalmente na África e na América Central. Você e a Velhinha de Taubaté, se ela já não tivesse morrido”.

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Mais água no feijão
Sobre os dois assuntos, acrescem-se os seguintes comentários:

[i] O Secretário de Relações Internacionais do PT [Valter Pomar] publicou artigo a respeito da atitude acanhada dos senadores do PT quanto ao affair Venezuela. Atitude que desde o início do século passado atendia pelo nome de “cretinismo parlamentar”, e

[ii] Os biocombustíveis não podem ser tratados como o “nosso” pensamento único de alternativa energética e vendido com fanatismo como a salvação do mundo. Aliás, em termos de linguagem profética, vale ler a entrevista de Lester Brown na FSP, onde o ambientalista americano diz que o “uso do milho por usinas de álcool desencadeou uma disputa de proporções épicas entre os 800 milhões de donos de carros e os 2 bilhões de pessoas mais pobres do planeta”.