sábado, 5 de maio de 2007

Hércules 56 acontece na bela e doce capital

Com o apoio do IDEA – Instituto de debates, estudos e alternativas de Porto Alegre e outras instituições e patrocinadores, acontece a pré-estréia do documentário Hércules 56 na bela e doce Porto Alegre na próxima sexta-feira, 11/05.

Após a sessão de exibição, que iniciará as 19 horas, haverá um debate-depoimento com a participação de Ricardo Vilas, Flávio Tavares e o diretor Sílvio Da-Rin.


O documentário reporta a passagem do seqüestro do embaixador estadudinense Charles Elbrinck, arquitetado e executado por ativistas do MR-8 e ALN em setembro de 1969, durante a ditadura militar no Brasil.


Para a soltura do embaixador, as organizações exigiam a publicação de um manifesto [cuja redação incumbiu ao Franklin Martins], a libertação de 14 militantes políticos e a garantia de saída dos mesmos do país rumo ao exílio.


Dentre os ativistas políticos trocados, figuravam personagens ainda vivos e que atuam na política, nas artes e na cultura no Brasil de hoje, como Vladimir Palmeira, Ricardo Vilas, Flávio Tavares, Franklin Martins, José Dirceu, Fernando Gabeira e outros.


Hércules 56, que inspira o nome do filme, é o modelo do avião da FAB que transportou os militantes que tiveram a nacionalidade cassada e iniciaram um longo exílio a partir do desembarque no México.


A possibilidade de estrear o Hércules 56 nesta data na capital gaúcha foi se concretizando à medida em que programávamos a agenda de Ricardo Vilas em Porto Alegre [clicar], visando justamente condensar atividades comuns entre si, como o cinema, a música, a história e a política.


Ricardo é um dos nove militantes remanescentes daquela experiência, e foi o mais jovem dentre todos. Ele prestou depoimento para o filme-documentário, que relata os lados complexos da existência desterrada, de resistência, no exílio, da luta, da tenacidade e da saudade.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

O que fazer com tanto dinheiro? Pode ser o Banco do Sul.

Em artigo, Theotônio dos Santos [clicar para acessar] demonstra o contexto favorável para a viabilização do projeto de Banco do Sul, em gestação entre os governos dos principais países da América do Sul. Além da situação geopolítica muito favorável no continente, as condições econômicas e financeiras também favoreceriam a implementação do projeto.
Dias atrás o economista Paulo Nogueira Batista Júnior, em outro artigo, também destacava estas condições.

Acontece na bela e doce Porto Alegre ...

O cantor e compositor Ricardo Vilas há vários anos divide sua carreira entre a França e o Brasil. Em maio deste ano, ele estará em Porto Alegre apresentando seu mais novo disco, Meu Caro Amigo. O CD, 24º álbum de sua carreira, traz participações e acompanhamentos de Wagner Tiso, Francis Hime, Lenine, Teca Calazans e outros músicos.
Ricardo Vilas fundou e integrou o Momento Quatro com Zé Rodrix, David Tygel e Maurício Maestro. O grupo defendeu com Edu Lobo a vitoriosa Ponteio no Festival da TV Record em 1967.

Após ser exilado em 1969, Ricardo percorreu um rico caminho como compositor e intérprete na Europa, ao lado de Teca Calazans e de outros grandes músicos. Na volta ao Brasil nos anos 80, ele dirigiu o Globo de Ouro, foi diretor musical do Sítio do Picapau Amarelo e produziu trilhas sonoras para várias novelas da TV Globo. Também teve músicas suas gravadas por intérpretes como Simone, Angela Maria, Nana Caymmi, Joyce, Sa & Guarrabira, Claude Nougaro.
Atualmente Ricardo faz mestrado em etnomusicologia na Universidade de Paris 8, onde estuda as conexões entre música e política no Brasil. Aliás, política é um assunto que sempre mobilizou o compositor. Militante desde a juventude nos anos 1960, fez parte do grupo de jovens ativistas que foram trocados pelo embaixador estadudinense Charles Elbrinck em 1969 e que tiveram como destino um longo exílio no exterior. Além de Ricardo, estavam no avião Hércules 56 da FAB que rumou ao México outros ativistas políticos como Fernando Gabeira, Flávio Tavares, Vladimir Palmeira, Franklin Martins e José Dirceu.
A presença de Ricardo Vilas em Porto Alegre recebe o apoio do
IDEA – Instituto de debates, estudos e alternativas de Porto Alegre
, da Adufrgs – Associação dos Docentes da UFRGS e do Sindbancários de Porto Alegre.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Aprendiz da truculência

O governo de Yeda CrusiusCredo se notabiliza por muitos ineditismos não só de maus feitos políticos como de hábitos políticos truculentos. Daria para fazer um rosário de considerações a respeito, o que não é o propósito na presente ocasião.
O Secretário Estadual de Planejamento, Ariosto Culau, fiel ao estilo “cirurgia a frio” da governadora, se saiu com essa sobre sua colega de secretariado Vera Calegaro, que está ameaçada de demissão:
Na área de meio ambiente, o governo espera muito mais, espera que se tenha uma visão de desenvolvimento sustentável e não só de defesa única e exclusiva dos recursos ambientais. A Vera é altamente qualificada, mas se esperava outro papel da secretaria.
- Não tem free-lancer no governo. Ou se compromete com o projeto, ou sai.
” [extraído da coluna de Rosane de Oliveira].
O Secretário, um jovenzinho tecnocrata afeiçoado ao estilo “mando e desmando” lá “das Brasília”, com sua atitude mais realista que a Rainha, cresce no conceito do governo estadual.
Com o ascenso da truculência, desce a civilidade política.

Rendida às chantagens

O assunto da demissão da Secretária do Meio-Ambiente do RS revelou pelo menos três aspectos graves:
i] a rendição de Yeda às chantagens feitas pelas mega-empresas do eucalipto, à revelia das normas, proteções legais e zoneamento ambiental, e

ii] o dano de Yeda à imagem do Ministério Público, pois o convite ao procurador de justiça para a titularidade da pasta do Meio-Ambiente, na forma e nas condições em que se deu, se assemelha a uma tentativa de adulação da instituição – outra vez para atender às chantagens das mega-empresas;
iii] o desprezo de Yeda pelas instituições de Estado, como a FEPAM, novamente para corresponder às chantagens das mega-empresas.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Biocombustiveis: relatório da FAO aponta riscos à segurança alimentar

Para que o debate estratégico sobre os biocombustíveis não se restrinja ao duelo entre os puro-ideológicos que são contra e os xiita-religiosos que são a favor, vale ler notícia sobre o relatório preocupado da FAO, entregue ao Presidente Lula quando da sua recente estada no Chile, final do mês passado.
A notícia pode ser lida no saite último segundo, clicando aqui.

Prestígio de palanque

Há quem aprecie, por muitas razões e dentre as importantes a vaidade e o exibicionismo, subir em palanques - sejam de comícios, manifestações públicas, assembléias ou shows artísticos. Em algumas bandas, estar no palanque é demonstração de prestígio. E, como se sage, goza de prestígio aquele que é prestigiado no seu habitat.
O sinistro - e não menos presitigiado - Delúbio Soares esteve lá, no palanque da CUT em comemoração ao 1º de Maio em São Paulo.
Logo ele, que não faz nenhuma falta, não faltou ao 1º de Maio ...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Só falta você

Tá certo que os tempos são outros e que em lugar de discursos radicais, do rock e pop rebelde e de multidões empunhando bandeiras e reivindicações as celebrações do 1º de Maio tenham se transformado em chacretes animadas pelo pagode do Bráulio ou outros do gênero.
Mas bem que o Lula poderia ter participado das festividades em São Bernardo do Campo. Se tivesse dado uma esticadinha depois do enterro do Otávio Frias e permanecido em São Paulo desde a tardinha de segunda-feira [30/04], encontraria tempo para tanto.

É a primeira vez, desde 1979, que Lula deixa de participar da missa em São Bernardo alusiva ao dia internacional do trabalhador. Na verdade, em outra ocasião - em 1980, preso pela ditadura militar - também se ausentou da missa, porém sua família o representou.
Da primeira vez que participou da missa como Presidente da República, em 1º de Maio de 2003, Lula fez as seguintes declarações:
"Podem ficar certos de que a cada 1º de Maio eu estarei aqui, nesta igreja, neste mesmo horário, para, a cada ano, ir prestando contas das coisas que nós vamos fazer"
"Quero dizer a vocês, companheiros da Pastoral Operária, que podem ficar certos que todo 1º de Maio, às 9 horas da manhã, o presidente da República estará aqui para prestar contas do que estamos fazendo neste país".

Sinais de que os tempos são outros e de que o 1º de Maio no século XXI em nada lembra o passado.

Privilégio de Excelência

Se depender da vontade pessoal e da pressão da família, o ministro do Superior Tribunal de Justiça [STJ] Paulo Medina pede aposentadoria e assim passa a receber integralmente um dos salários mais altos do setor público no país - 23,2 mil reais.
O privilégio em questão é para alguém que, no cargo de Ministro do STJ, facilitou as coisas para a máfia do jogo dentro da instituição, concedendo sentenças judiciais favoráveis aos interesses do crime organizado.
Não bastassem os fartos indícios já existentes, foram publicadas hoje gravações em que Sua Excelência cometia outra irregularidade, de antecipar voto em julgamento e orientar advogado de réu a respeito de procedimento a ser adotado em julgamento de seu interesse na Côrte.
Se não houver nenhuma ação política e jurídica, é bem possível que tudo acabe da forma de sempre: o Brasil terá um novo Lalau endinheirado e bem aposentado às custas da Dona Maria e de todo o povo brasileiro.

Secretário se confunde sobre quem o chefia

O Secretário da Segurança do RS, José Francisco Mallmann, parece pensar que ainda trabalha na Polícia Federal - órgão vinculado administrativamente ao Ministério da Justiça.
Ao lado da governadora Yeda CrusiusCredo, Mallmann entregou ao Ministro Tarso Genro [que foi seu chefe até a cedência ao governo estadual] um pacote de sessenta e seis projetos. Num valor total de 262 milhões de reais, os recursos bancariam simplesmente todas as iniciativas da área de segurança estadual. A mordida feita equivale ao triplo do investimento do governo estadual na área da segurança!!

Não só o Secretário Mallmann parece se confundir sobre quem é seu chefe, como a governadora imagina que além da cedência do delegado Mallmann para a chefia da Secretaria de Segurança, o governo federal fará tudo o que ela é incapaz de fazer.
Como se vê, governar é mais complexo que fazer promessas mistificadoras na campanha eleitoral.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Instâncias comprometidas

Por mais que se infunda no senso comum a idéia de que [teoricamente] a justiça é isenta e imparcial, a cada dia abundam episódios que comprometem a presumível “inocência” do judiciário.
Novo exemplo – outra vez nada alvissareiro - ocorre nestes dias, em que juízes do trabalho e ministros do Tribunal Superior do Trabalho promovem feriadão de primeiro de maio e realizam congresso [sic] em luxuoso hotel de praia em Natal – RN.
Detalhe: com todas as despesas de viagem, de alimentação, dos lanchinhos, das mordomias e luxúrias bancadas pela FEBRABAN, a poderosa Federação Brasileira dos Bancos. Com isso, não fica muito difícil intuir-se o quão isentas devem ser as posições da magistratura do trabalho nos litígios entre bancários e banqueiros.
Definitivamente, o judiciário brasileiro – em todas as suas especialidades e jurisdições – dá reiteradas mostras de desmoralização e de distanciamento da realidade do país. E não só devido ao envolvimento de magistrados com a máfia do jogo e o crime organizado, mas também porque eles se auto-concedem salários nababescos, só querem habitar prédios faraônicos, se protegem com privilégios absurdos e códigos corporativos e não raro têm atitudes de déspotas perante o público usuário dos serviços judiciais.
Para o bem da democracia brasileira, urge uma reforma do judiciário que republicanize a justiça, tornando-a ágil, "justa", próxima aos anseios da sociedade e submetida ao controle público.

Não é aceitável situação como, por exemplo, de presidente da mais alta côrte eleitoral do país [TSE] se comportando como feroz líder partidário de oposição.
O Poder Judiciário não pode ter, dentre suas fileiras, aqueles que perdem a isenção e a razão tanto por se filiarem ao crime organizado como por se filiarem a movimentos partidários ou empresariais.