sábado, 21 de outubro de 2006

O preço do atraso Yeda

Nos contratos do Polão de Britto, Yeda e Padilha, as tarifas praticadas seriam de R$ 5,30 [um sentido] e R$ 10,60 [dois sentidos] para automóveis e de R$ 60,00 [um sentido] e R$ 120,00 [dois sentidos] para caminhões e ônibus. As empresas concessionárias poderiam cobrar estes valores sem ter a obrigação de fazerem qualquer investimento ou obra substantiva, salvo as praças de pedágios, a pintura e pequenos retoques na pista. Somente no décimo primeiro ano construiriam uma parte da Rodovia do Parque, com uma partezinha da dinheirama usurpada dos usuários [ou otários]. Um absurdo!

Um estudante da Unisinos com residência em Porto Alegre, por exemplo, gastaria diariamente no mínimo R$ 10,60 em pedágio durante 10 anos. Só a partir do décimo primeiro ano veria a estrada melhorada. Ao longo de dez anos, faria sua graduação, especialização, mestrado e doutorado sem que a estrada estivesse melhorada, mas já teria repassado R$ 25.652,00 às concessionárias.


Para um caminhão que fosse de Caxias do Sul até Passo Fundo ou de Caxias até o Litoral, por exemplo, pagaria R$ 240,00 à vista em pedágios e veria melhorias somente a longuíssimo prazo, quando o caminhão já estaria no ferro velho.

ESCÂNDALO: Yeda quer prorrogar contratos de pedágios

No programa de governo de Yeda, na página 15, item 4 das propostas sobre Transportes e Sistemas Logísticos, está assim escrito: “Estudar a Implantação de Sistemas de Pedágios Comunitários e Novos Equilíbrios para os Pedágios de Consórcios que diminuam o custo para o usuário de automóveis e ônibus.

Em português bem claro, sem enrrolação e camuflagem, para que a Dona Maria entenda, a parte acima sublinhada, que propõe “Novos Equilíbrios para os Pedágios de Consórcios” significa, na vida real, a prorrogação dos contratos de pedágios implantados pelo Britto.

Todo o Rio Grande quer se desvencilhar das amarras do passado e das armadilhas criadas com as políticas neoliberais de Yeda, mas a candidata volta ao passado e defende propostas que causariam o retrocesso ao Rio Grande, se ela fosse eleita.

Os pedágios dificultam a comunicação, os transportes e a interligação das comunidades e dos negócios. Os pedágios atravancam o desenvolvimento do Rio Grande, e como diria o Mário Quintana, não passarão. E o Olívio, passarinho.

Mais pedágios com POLÃO de Yeda, Britto e Padilha

No debate da TV Guaíba, a candidata Yeda não pôde continuar escondendo e finalmente foi obrigada a revelar que pretende implantar novos pedágios com o Polão.

O Polão da Região Metropolitana de Porto Alegre, concebido no contexto global do projeto de pedagiamento rodoviário do governo Britto / Yeda com Padilha no Ministério dos Transportes de FHC, foi a solução neoliberal para o problema de saturação da BR 116 na confluência para Porto Alegre.

O contrato do Polão prevê como obras emergenciais a instalação imediata de QUATRO PRAÇAS de pedágio – no Scharlau [BR 116 com RS 240], na Tabaí-Canoas [BR 386 com BR 116], na BR 116 à altura do Zoológico e na RS 118 em direção ao Vale do Gravataí.

As empresas concessionárias então exploram as praças de pedágio por um período de DEZ ANOS tendo apenas algumas obrigações cosméticas, como pinturas de pistas e pequenos reparos. Somente a partir do décimo primeiro ano, com um enorme capital arrecadado nas rodovias já existentes, as empresas concessionárias teriam então a obrigação de iniciar a chamada obra estrutural, a Rodovia do Parque, que seria parcialmente executada com o prazo de três anos para ser concluída!
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Na administração estadual de Olívio Dutra, a pequena brecha jurídica existente nos contratos foi aproveitada e o projeto do Polão foi cancelado, assim como o Pólo de Pedágios de Pelotas/Santa Maria. Ao todo, o governo Olívio impediu a instalação de 2 Complexos [Pólos] e 14 praças de Pedágio previstas por Britto.

O governo Olívio, juntamente com a UFRGS, elaborou o estudo para a viabilização de alternativa para o desafogo da BR 116 sem a implantação de pedágios. O resultado foi o projeto de Anel Viário Metropolitano, que na integralidade prevê um grande roteiro composto por dois eixos de ligação entre a BR 290 em Porto Alegre e a Região da Serra, que correm em paralelo à BR 116 nas direções Oeste e Leste.

No projeto do Anel Viário, a primeira fase de obras prevê a construção imediata da Rodovia do Parque [BR 448], a conversão da BR 116 em Perimetral e a duplicação da RS 118 entre a BR 116 e BR 290 – todas as obras realizadas sem a criação de pedágios. A segunda fase do Anel Viário, que compreende as alças de ligação entre as Regiões Metropolitana e Serra, será iniciada imediatamente após a conclusão da primeira etapa e mediante a obtenção de novas fontes de financiamento.

Note-se que a primeira fase do Anel Viário Metropolitano engloba a abrangência do Polão, pois viabiliza as soluções viárias para a interligação da Serra, do Vale do Paranhama e da Zona da Produção com Porto Alegre - sem pedágios. O governo Lula revogou a licitação feita por Padilha e já iniciou a primeira fase imediatamente, sem criar pedágios. Lula já reservou R$ 100 milhões para a Perimetral da BR 116 e mais R$ 278 milhões para a Rodovia do Parque para que as duas grandes obras sejam concluídas nos próximos três anos. O governo estadual, por sua parte, também iniciou a duplicação da RS 118, a qual será acelerada no governo Olívio com recursos da CIDE e da negociação da dívida.
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É inaceitável, por isso, que Yeda proponha um retrocesso com a retomada do plano de pedágios do Britto e do Padilha. E pior: com a instalação de quatro praças de pedágio que arrecadariam durante DEZ ANOS, para só a partir do décimo primeiro ano iniciar uma única obra.

Preocupa a intransigência da candidata em manter a proposta de Polão, apesar da solução já em andamento com os investimentos do governo Lula na Perimetral da BR 116 e na Rodovia do Parque junto com a duplicação da RS 118 pelo governo estadual.

Será que Yeda gostaria de brigar com Lula e cancelar os investimentos públicos federais no Anel Viário? Ou Yeda pretende repassar as rodovias para as concessionárias explorarem com pedágios mesmo que todos os investimentos que estão sendo feitos sejam do setor público?

Yeda mentiu no debate da TV Guaíba quando disse que prefeitos de 31 municípios da Grampal [Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre] apóiam a retomada do Polão. Pela simples razão de que a Grampal é composta por DEZ municípios, e nem todos prefeitos aceitam este atraso ao desenvolvimento. A candidata também não conversa com os prefeitos dos Vales, da Serra e da Produção para saber qual a posição deles e de suas comunidades sobre pedágios.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

PPP´s - A captura do Estado por interesses privados

O núcleo teórico do projeto de Yeda para o governo do RS se assenta na idéia de PPP´s - Parcerias Público-Privadas.

Em uma postagem anterior, Biruta caracterizou o projeto de Yeda como sendo de um "liberalismo radical, uma visão primitiva de Estado exercendo funções limitadas e a mercantilização máxima de diversas áreas da vida social. Ou dito de outra forma, a maximização de oportunidades do e ao Mercado".


Para dissecar a experiência tucana em SP com PPP´s e ampliar a consciência sobre esta modalidade contemporânea de acumulação capitalista sem riscos, Biruta indica o excelente artigo de Ceci Juruá, A Captura do Estado por Interesses Privados, que pode ser lido clicando aqui.

Yeda poderia se espelhar no seu vice

Como são nobres a honestidade e a verdade, virtudes que o vice de Yeda exibe; ao contrário dela, que faz da dissimulação, da mentira e da desfaçatez um modo de vida.
Vale a leitura do artigo de Marcel Frison "Feijó, um gaúcho entre a mentira e a verdade" [clique aqui], que na verdade é um pedido para que ele continue dizendo a verdade que a candidata dele esconde.

A direita e sua pregação odiosa

Eleição deveria ser um momento privilegiado de educação política e de pedagogia cidadã. Na vida, entretanto, não é bem assim. Infelizmente os setores situados na direita do espectro ideológico representados nas candidaturas de Alckmin e Yeda/Feijó, semeiam o ódio, a violência e o preconceito.

Com estes gestos, estimulam o conflito não só na campanha eleitoral, mas na própria estrutura da sociedade. Aos apoiadores de Lula e Olívio, resta a sensatez e a serenidade para não cairem em provocações e tampouco responderem na mesma moeda. Sobre o comportamento inaceitável da direita e sua cruzada odiosa, leia o artigo na íntegra adiante ...


Jeferson Miola, integrante do IDEA – Instituto de debates, estudos e alternativas de Porto Alegre

Os mesmos setores que hoje apóiam a candidata Yeda/Feijó e que governaram o Rio Grande do Sul fizeram uma oposição violenta e contínua ao governo Olívio, desde antes do governo começar.

O ex-governador Britto abandonou o Rio Grande e foi para o exterior antes da posse, deixando o vice do PSDB transmitir o cargo.

Fizeram uma oposição furiosa, cega; faltou civilidade no trato político. Nada do que o governo propunha era tratado com serenidade. Combatiam todas as propostas do governo para melhorar o Rio Grande. O conflito e a agressão – inclusive à honra e à imagem pessoal – foram os métodos da ação política dos partidos de oposição ao Governo Democrático-Popular.

Até o Fórum Social Mundial foi combatido pela simples razão de ser uma iniciativa que aconteceu no governo Olívio. Prevalecia o obscurantismo e o sectarismo no debate político.

O Pacto pelo Rio Grande, promovido pela Assembléia Legislativa neste ano, incorporou parte importante da agenda que o governo Olívio tentou discutir serenamente com a oposição naqueles anos turbulentos da política gaúcha. Se alguns pontos do que foi proposto lá atrás, como o fim da guerra fiscal, das anistias a sonegadores, o teto salarial, a nova matriz tributária, o apoio aos SLPs e a diminuição da diferença entre os maiores e menores salários tivessem sido aprovados, a situação do Rio Grande hoje seria melhor. Mas infelizmente a oposição conservadora priorizou a guerra política em detrimento dos interesses do Estado.

Em 2002 Rigotto foi eleito sucessor de Olívio ironicamente com o discurso da “pacificação” do Rio Grande. A pacificação, no caso, representava a retomada do poder pelas mesmas forças que incendiaram o Estado quando não estavam no comando do aparelho estatal – PMDB, PSDB, PFL, PPS, PTB e outras agremiações satélites.

Quando se presumia que o obscurantismo e a mistificação tivessem sido superados, este comportamento ressurge com redobrada força nesta eleição. Ao menor sinal de que Olívio poderá vencer a eleição estadual, soa o alarme reacionário. Lamentavelmente a direita ressuscita o mesmo espírito rancoroso do passado. Ressuscita o ranço anti-petista e uma pregação ideológica carregada de ódio e preconceitos que pode ser observada nas candidaturas de Yeda/Feijó e Alckmin.

Os apoiadores de Yeda/Feijó fazem manifestações que estimulam a violência e o preconceito. Ninguém esquece o Bornhausen, que queria a extinção da “raça dos petistas” por 30 anos. Nessa campanha também não faltam materiais publicitários ofensivos, discriminatórios e racistas.

É perigoso este tipo de comportamento, que não colabora para a construção de uma cultura de paz. Ao contrário, estimula a violência inclusive física. O episódio ocorrido no Leblon, no Rio de Janeiro, em que uma apoiadora fanática de Alckmin amputou o dedo de uma petista com uma mordida, é um exemplo do animus criado pela cruzada odiosa da turma do PSDB, PFL e seus aliados.

No saite de Yeda/Feijó tem apoiadores da candidata que escrevem com ódio contra o PT. Lá se encontram coisas como “Não existe meio combate ao petismo. Terá de ser inteiro.” Em outro saite que apóia a candidata tem coisa como “Vamos fazer campanha para Yeda Crusius. Se a gente pudesse esmagar com o dedo o PT na cidade, a gente esmagava. Não vamos deixar se criarem aqui.”.

A própria candidata usa expressões complicadas: “Lula vai apanhar de relho. Chega deles lá e aqui.”. Nos jornais, tem reportagens que mostram que todos os partidos se juntaram não a favor do Rio Grande, mas contra o PT – e eles fazem questão de vincar esta idéia na sociedade.

Esta forma de fazer política não serve, não constrói o futuro. É a forma de quem só é contra, de quem é incapaz de fazer política com respeito e diálogo e a favor do bem comum. A declaração de um dirigente do PP é exemplar: “O que existe no PP é um antipetismo muito forte. Qualquer possibilidade que se tem de votar contra o Olívio, se vota mesmo.”. Apesar das cúpulas partidárias, as bases e os agentes públicos desses partidos têm declarado apoio a Olívio e a Lula neste segundo turno.

Essas atitudes são incompatíveis para quem quer governar um Estado e um país. Prenunciam a própria violência que, num eventual governo, seriam capazes de praticar contra as correntes políticas na oposição ao seu regime. A declaração golpista de Alckmin, de que o segundo governo Lula “acaba antes de governar”, revela a face autoritária e intolerante do PSDB e seus aliados. Numa trama com a mídia - já comprovada -, criaram o segundo turno justamente para desencadearem outra etapa de deslegitimação, enfraquecimento e desestabilização do segundo governo Lula antes do seu efetivo começo, pois nunca alimentaram a ilusão da vitória.

A direita lá e aqui, com Alckmin e Yeda/Feijó, tem clareza quanto ao objetivo de combater o petismo, a frente popular e tudo o que representa a esquerda no país e no Rio Grande do Sul. Os interesses poderosos contrariados pelos governos democráticos e populares despertam o reacionarismo e uma escalada impressionante de violência. A ressurreição do anti-petismo faz rebrotar, dialeticamente, o vigor e a vitalidade do genuíno petismo que, como na manifestação memorável de 1998, construirá a vitória do futuro e das luzes sobre o obscurantismo e o fundamentalismo.

Olívio soma para o Rio Grande

Com a vitória de Lula praticamente assegurada, a disputa gaúcha exige uma reflexão adicional: como seria o Rio Grande governado por Olívio ou por Yeda no segundo governo Lula?

O programa de Olívio articula a dimensão regional com a perspectiva nacional de desenvolvimento – tanto nos aspectos econômicos, de infra-estrutura como na ampliação e consolidação dos direitos sociais.

Há uma complementariedade natural entre os programas de Lula e de Olívio, até mesmo porque muitas experiências desenvolvidas no governo Olívio inspiraram a implementação de políticas públicas no governo Lula. É o caso, por exemplo, do Família Cidadã/Bolsa-Família, do estímulo à Economia Solidária, Primeiro Emprego, Seguro Agrícola, alfabetização com o MOVA, energia eólica e outras iniciativas.

Olívio tem destacado que os avanços que estão ocorrendo com Lula no RS serão potencializados no seu governo, porque haverá confluência de esforços e adição de recursos financeiros, técnicos e operacionais.

Muitas obras ganharão impulso e ritmo forte de realização. Serão estradas construídas, consertadas e duplicadas; usinas de Bioenergia, construídas, fortalecimento da agricultura, avanço em semicondutores, biotecnologia, telecomunicações, transportes e novas tecnologias, fortalecimento do SUS, da educação, mais Bolsa-Família, trabalho e emprego para todo o povo gaúcho.

Além disso, Lula já manifestou receptividade à proposta de Olívio de renegociação da dívida – que Yeda não renegociaria, pois considera o atual comprometimento das receitas com a dívida um “bombom” deixado por Britto e FHC. Com a negociação de Olívio, haverá uma economia de R$ 600 milhões que permitirão novos investimentos e mais aplicações em áreas sociais.

Olívio governador representa uma soma positiva para o Rio Grande. Quando governou o Rio Grande, Olívio obteve condições favoráveis junto ao governo federal quando FHC fazia oposição ao Estado e nunca visitou o Rio Grande. Governar o Rio Grande outra vez, porém com Lula na presidência, abre a possibilidade concreta de que o desenvolvimento do país seja fortemente potencializado aqui.

A trajetória de Yeda e do PSDB/PFL, de gerar conflito aberto com as forças que pertencem a outro campo ideológico, indica que num eventual governo da candidata o Rio Grande teria prejuízos importantes.

Governar é exercer, acima de tudo, o diálogo, a tolerância e buscar o consenso ao interior da sociedade e na relação com os entes federados. Neste ponto a coligação de Yeda dá mostras reiteradas da sua incapacidade genética, e faria muito mal ao Rio Grande.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

O mito da FORD

Jeferson Miola, integrante do IDEA – Instituto de debates, estudos e alternativas de Porto Alegre

Os apologistas do modelo de transferências públicas bilionárias para mega-empresas vendem a ilusão de que o Rio Grande chegaria ao nirvana se a FORD não tivesse sido levada para a Bahia.

A candidata Yeda, que tem se notabilizado na técnica de Goebbels de repetir uma mentira um milhão de vezes até que se torne verdade, alardeia a falsa informação de que a FORD gerou 100 mil empregos na Bahia e fez o PIB baiano crescer 86%! É um disparate total!

A deputada é mais “fordista” que a própria FORD. No protocolo assinado pela FORD com o governo Britto, a empresa se comprometia a gerar 1.500 [hum mil e quinhentos] empregos diretos e entre 15.000 e 20.000 empregos indiretos. Mas a superestimação de empregos não é a única mistificação que a direita gaúcha faz em torno desse assunto.

Há outros pontos obscuros que necessitam ser iluminados e que dizem respeito à trama arquitetada pelas forças conservadoras para tirar a FORD do Rio Grande e selar um carimbo definitivo em Olívio e no governo por ele comandado. O episódio da FORD ensina o quanto a direita ardilosa é capaz de fazer na luta política e ideológica contra os seus oponentes.

Yeda, FHC & ACM

Quando o governo Olívio tomou posse, não havia nenhum registro sobre as ações do governo anterior e não foram encontrados documentos sobre as negociações efetivadas entre o governo anterior e a FORD, a GM e a DELL.

Só depois de algum tempo as próprias empresas forneceram tais documentos. A partir de então o governo iniciou as negociações, obtendo êxito com a DELL e também com a GM, que resultou numa economia de mais de 100 milhões de reais para o Tesouro Estadual.

Com a FORD, contudo, foi mais difícil, pois a empresa fez mais política do que negociação. Simulava negociar com o governo gaúcho ao mesmo tempo em que armava o jogo com FHC e ACM para mudar-se para a Bahia em troca de benefícios e favores ainda maiores.

Depois de finalmente se acertar com FHC e ACM, a FORD abandonou a mesa de negociações com o governo Olívio e declarou o rompimento unilateral do contrato, apesar da proposição de R$ 196 milhões dos R$ 440 milhões prometidos por Britto e da não contestar da renúncia fiscal de R$ 3 bilhões de reais.

Em seguida o governo federal aprovou a Medida Provisória nº 1740 com a prorrogação da vigência das regras para o regime automotivo no Brasil, para no fundo permitir a transferência da empresa para a Bahia.

A deputada Yeda, apesar de ter mandato popular conferido pelo povo gaúcho, trabalha contra o Rio Grande. Ela aprovou a MP e não se insurgiu contra essa traição ao povo gaúcho. Yeda na verdade sempre apoiou a guerra fiscal de FHC porque faz o jogo da elite paulista e não defende os interesses gaúchos.

Beneficiar uma empresa e quebar o Estado e a economia gaúcha

A direita gaúcha sonega a intransigência da FORD que queria receber os R$ 440 milhões [em valores da época seriam 440 milhões de dólares!], e também oculta o quadro de debilitamento das finanças públicas causado pelo governo de Yeda e Britto.

Como o governo Olívio poderia doar os R$ 440 milhões para a FORD se o ex-Secretário da Fazenda do governo anterior dizia ser necessário privatizar o Banrisul para pagar os salários de março? Com qual dinheiro, se Britto deixou as finanças estaduais completamente destruídas, mesmo depois da farra das privatizações? Como ficariam as obrigações na saúde, na educação e na assistência social? Seria aceitável alcançar R$ 440 milhões a uma única empresa e abandonar um setor inteiro, como do couro e do calçado, que agonizava desde os tempos de Britto e Yeda?

A proposta do governo Olívio representava o limite do possível nas condições em que se encontravam as finanças públicas, mas mesmo assim a empresa se manteve irredutível.

Com muito menos aporte financeiro, o governo Olívio desenvolveu vários programas que fortaleceram as cadeias produtivas locais, em especial o setor coureiro-calçadista, que apresentou um saldo positivo de quase 40.000 empregos. Este mesmo setor, abandonado nos governos do PMDB/PSDB, apresentaram saldos negativos do nível de emprego: -39 mil com Britto e -3.800 empregos com Rigotto.

A fantasia dos empregos e do crescimento

No protocolo de intenções, a FORD se comprometia a gerar 1.500 diretos e entre 15 e 20 mil indiretos.

A deputada Yeda, que deve ter feito curso de economia na Faculdade do Pinóquio, mente ao dizer que a FORD gerou 100 mil empregos na Bahia e que o PIB baiano cresceu 86%.

De acordo com a RAIS do Ministério do Trabalho, entre 1999 e 2005 foram criados apenas 5.600 empregos na indústria de automóveis e autopeças em todo o Estado da Bahia.

Em todo o setor industrial da Bahia – incluída a petroquímica, agroindústria, indústria têxtil, alimentação e outras - foram criados 68.000 empregos entre 1999 e 2005.

Por outro lado, o IBGE aponta um crescimento de 25% entre 2000 e 2005 do PIB da Bahia, sendo que foi o setor agropecuário que teve maior participação neste índice, com crescimento de 60,8%.

Ou seja, mesmo que somente a Ford tivesse sido o único investimento na Bahia, não há indicador que sustente que tenha gerado os 100 mil empregos alardeados pela deputada.

Se a FORD tivesse levado a Bahia ao paraíso, a oligarquia carlista teria um reinado eterno em Camaçari e no Estado da Bahia. Ocorre que o PT governa a cidade de Camaçari e venceu no primeiro turno a eleição para o governo baiano, impondo uma estrondosa derrota ao cacique ACM.

A deputada e seus aliados poderiam citar o impacto da GM aqui no Estado. No período de 1999 até 2005, o saldo total de empregos em todos os setores econômicos de Gravataí – indústria, comércio, agropecuária e serviços – foi de 10.000 empregos.

Se doar patrimônio e recursos públicos a mega-empresas fosse uma receita boa, Rigotto teria levado o Rio Grande ao pódio do crescimento, pois somente a Gerdau foi beneficiada com R$ 1 bilhão através do Fundopem. No governo de Yeda e Rigotto, entretanto, o Rio Grande tem um crescimento três vezes menor que a média nacional [2,7% contra 7,9%].

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Militante do PSDB arranca dedo de petista

A campanha tucano-pefelista desaguou na violência e no ataque selvagem às pessoas que pensam diferente deles. Nesta semana, uma pessoa que usava camisa com a inscrição "Lula sim" foi hostilizada e atacada por uma apoiadora fanática de Alckmin, e teve um dedo arrancado por mordida. É surrealista.
A reportagem completa pode ser vista no saite Terra Magazine [clique].

Rio Grande precisa de governador amigo de Lula

Com o discurso raivoso contra o PT e o governo Lula, a candidata Yeda repete o velho comportamento do PSDB que prejudicaria o Rio Grande na relação com o governo federal, caso ela fosse eleita governadora. Os tucanos não conseguem conviver com governantes que pensam diferente e que não pertencem ao bloco ideológico do PSDB.

O Rio Grande foi sacrificado quando Fernando Henrique era presidente do Brasil. O ex-presidente não fez uma única visita ao Estado durante todo o governo Olívio, além de ter tramado, com seus deputados e o oligarca ACM, a transferência da Ford para a Bahia.

Seria preocupante a hipótese de que o Estado pudesse perder a chance de engatar no ciclo de crescimento e investimentos do governo federal no Rio Grande devido à falta de experiência e de diálogo democrático dos setores truculentos representados na candidatura de Yeda-Feijó.

Olívio é a certeza de colocar o Rio Grande na vanguarda dos novos investimentos e da modernização da infra-estrutura estadual junto com Lula.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Deus quis, deus conseguiu

Mais cedo do esperado, estão sendo revelados os bastidores da trama montada para impedir a reeleição de Lula já no primeiro turno. A revista Carta Capital dessa semana faz esclarecedora reportagem sobre o assunto.

E hoje o blógue de Paulo Henrique Amorim [clique] disponibiliza a gravação da conversa mantida pelo delegado da PF, Edmilson Bruno, e os jornalistas para os quais ele entregaria ilegalmente os documentos e materiais [fotografias] do inquérito. É estarrecedor!

Por todos os ângulos que se investigue a manipulação feita nos três dias imediatamente anteriores ao primeiro turno, a Rede Globo figura como um Deus onipotente e onipresente. Para mais análise sobre o assunto, clique aqui para ler também o artigo William Bonner Presidente.

Privatizar está no DNA

O verbo privatizar é o predileto do tucanato e dos pefelistas. Está no DNA do PSDB e do PFL. Esta é a única fórmula que a aliança tucano-pefelista tem para governar. Entregam o patrimônio público em verdadeiras farras de privatização. A isso denominam “choque de gestão”.

O ex-presidente Fernando Henrique, uma espécie de oráculo de Alckmin e Yeda-Feijó, novamente admitiu hoje que não é contrário à privatização da Petrobrás e até do Banco do Brasil.

Pelo menos FHC é mais honesto que sua conterrânea Yeda, que passa todo o tempo negando o que o vice Feijó já admitiu: o plebiscito para a privatização do BANRISUL e a venda da PROCERGS, CEEE, CORSAN e a extinção da FEE e da UERGS.

Está fora de questão que, caso eleitos, Alckmin e Yeda retomariam a agenda atrasada das privatizações e de sucateamento do Estado e dos serviços públicos.

O mito da partidarização da Brigada

Na campanha Yeda repete os mantras preconceituosos criados pela direita e difundidos pela mídia ainda durante o governo Olívio. Um deles é o da “partidarização da Brigada”. É uma conversa que não passa de mistificação.

A administração da BM foi técnica, profissional. Foram repostos 3.800 brigadianos dos mais de 6 mil demitidos no PDV que o PSDB fez com Britto.

A BM recebeu treinamento permanente nas áreas de inteligência e integração. E os servidores foram equipados e valorizados. As promoções por antiguidade foram 72% do total das promoções havidas.

Durante a gestão do bloco do PSDB na Brigada, fizeram mais promoções por merecimento do que por antiguidade para favorecer os correligionários – isso sim é partidarizar.

Acusar a Brigada de partidarizada por atuar com planejamento, preparo, diálogo e de cumprir a lei sem violência contra os movimentos sociais, é um tremendo absurdo.

No governo Rigotto, do qual a deputada fez parte, ressuscitaram a cultura da truculência, e por desmando de setores minoritários do comando, um sindicalista foi morto numa manifestação social.

No atual governo, o coronel que foi comandante da Brigada pertence ao PSDB e foi candidato a deputado pelo partido nesta eleição. A cantilena da deputada Yeda, portanto, não passa de tentativa de difundir preconceitos e mentiras contra a experiência do governo Olívio, que iniciou um processo importante de integração entre as polícias e teve uma atuação fundada na inteligência e no planejamento das ações policiais.

Seria conveniente a deputada apresentar propostas concretas ao invés de atacar levianamente Olívio. Afinal de contas, O PSDB entende muito de partidarização na área da segurança. Junto com o desastre da política de segurança em São Paulo, criou um partido chamado PCC.

A certeza da mudança versus o risco do retrocesso

O núcleo constitutivo do programa de governo de Yeda são as PPPs - Parcerias Público-Privadas. Com seu projeto liberal-radical de maximização de oportunidades de e ao Mercado, Yeda representa não só o risco das privatizações, como também riscos de inviabilização da agricultura, de pedagiamento das estradas, de eliminação do subsídio habitacional e do aumento de custos do Estado com a terceirização dos presídios.
Clique aqui para ler análise a este respeito.

Desfaçatez e Mentira



Desfaçatez e mentira. Estas são as principais marcas de Yeda na campanha eleitoral. Ela levou ao extremo o mantra de Goebbels de que a mentira repetida milhões de vezes se torna verdade.

Ontem no programa de televisão apresentou uma declaração fajuta de que nunca havia votado as matérias contra os trabalhadores e servidores públicos no Congresso. Mentira. Não só ajudou a aprovar a reforma previdenciária de FHC como recebeu NOTA ZERO do DIAP.

Dias atrás, em debate numa emissora de televisão, a deputada mentiu que se aposentou depois de 30 anos de trabalho na UFRGS. De tanta desfaçatez, é capaz de morrer afirmando ter se aposentado com 30 anos de trabalho, apesar da Portaria de 16/09/1993 [ao lado], que mostra que ela se aposentou aos 49 anos de idade com apenas 22 de trabalho.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Gestão do PSDB joga no lixo trabalho de muitos governos

O PSDB foi responsável pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente [SEMA] até pouco antes das eleições, quando o último secretário se afastou para concorrer a deputado estadual.

Aconteceram três mudanças de secretário na SEMA devido a interesses partidários e eleitorais do PSDB. Isso causou a descontinuidade nos projetos e trabalhos da instituição, pois cada novo secretário impôs um jeito diferente de trabalhar e apadrinhou os correligionários mais próximos para tocar a Pasta.

Faz muito tempo que os servidores denunciam o esvaziamento da Secretaria e da FEPAM com a falta de técnicos, a saída de fiscais, a precariedade da estrutura e a descontinuidade de programas importantíssimos, como o Pró-Guaíba. Os laboratórios de análise, controle e monitoramento ambiental foram defasados e não permitem o trabalho adequado dos técnicos da área.

Além disso, há comentários de adoção de critérios políticos e não técnicos na fiscalização de empresas poluentes.

A catástrofe do Rio dos Sinos poderia ter sido evitada se a SEMA e a FEPAM não tivessem sido espezinhadas e partidarizadas na gestão do PSDB. A má gestão do partido de Yeda na área ambiental está na raiz do desastre do Rio dos Sinos, e é responsável por um dos maiores crimes ambientais já ocorridos no Rio Grande do Sul desde Hermenegildo, em 1977.

Este acontecimento prejudica um trabalho implementado por diversas gerações e sucessivos governos ao longo dos últimos 30 anos através de programas de recuperação ambiental e do Pró-Guaíba, por exemplo.

Quando a ação do PSDB pode ser comparada com a experiência concreta, na vida, pode-se ver o quanto é temerária. Na área ambiental, o jeito de Yeda governar já não é ameaça, é prejuízo gravíssimo. Além da má gestão e da visão equivocada de política ambiental, preocupa a posição da candidata de não repor funcionários em função das aposentadorias, o que vai afetar ainda mais as áreas de maior carência do serviço público, como de fiscalização ambiental e de segurança, saúde e educação e outras para o atendimento da população.

No governo Olívio a SEMA foi criada e a FEPAM qualificada e modernizada. Também foi criado o Código Estadual do Meio Ambiente, que estava a anos em discussão no Legislativo sem apoio do Executivo, que capacita a ação estatal no exercício da política ambiental.

Olívio enfrentou com competência o grave problema do Navio Bahamas, evitando a ocorrência de um desastre em Rio Grande. Isso foi possível porque realizou investimentos, valorizou os servidores e modernizou os laboratórios de análise e monitoramento ambiental.

A FEPAM e a SEMA são fundamentais para o desenvolvimento sustentável do Rio Grande, e devem ser fortalecidas para agilizar procedimentos e colaborar para que as empresas e todos os emissores de poluentes se harmonizem com as normas ambientais.

O Rio Grande, que é vanguarda na defesa do meio ambiente, não pode continuar sofrendo o retrocesso causado pelo PSDB e seus aliados que fazem mal à saúde, ao desenvolvimento e ao meio ambiente.

Yeda: inexperiência, inconsistência e riscos



A inexperiência e a inconsistência de Yeda são reconhecidas a muito tempo. Na única ocasião em que exerceu uma função no Executivo como Ministra do Planejamento, foi um desastre absoluto.

O colunista Paulo Sant´Ana, em coluna no dia 07/05/1993, não poupou adjetivos para descrever a participação fantasmagórica de Yeda nos 58 dias úteis que foi ministra.

Chamando-a de “ministra-fantasma, ente ficto e ectoplasma tecnocrático”, Sant´Ana assim descreve a desastrosa passagem de Yeda pelo ministério: “Somente a irresponsabilidade e o despreparo governamental explicam a colocação de Yeda Crusius no Ministério do Planejamento.”.

O plano de governo é a expressão da inexperiência e do viés privatizante de Yeda. As medidas que propõe realizar através de PPPs – Parcerias Público-Privadas, ameaçam o Rio Grande com o retorno dos pedágios, com o fim de subsídios para habitação popular, a quebra dos agricultores familiares, a inviabilização da agricultura e o aumento de custos do Estado com a terceirização dos presídios.

domingo, 15 de outubro de 2006

Garante os próprios direitos e é contra os direitos dos outros

Yeda se aposentou com 49 anos em 1993, mas na reforma da previdência de Fernando Henrique votou o aumento da idade mínima para aposentadoria e outras matérias que prejudicaram os servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.

Votou contra os direitos trabalhistas das mulheres, como a licença maternidade.

No programa, propõe reduzir de 51% para 41% os gastos com aposentados na folha de salários. Só existem duas maneiras para concretizar isso. Ou a candidata cancelaria aposentadorias ou então reduziria os salários dos aposentados.

Salvo, claro, se a candidata aplicasse uma espécie de PDV para os aposentados ou tivesse algum plano macabro e secreto que só revelaria "no primeiro dia de governo", como costuma prometer.

No debate da TVCom, a candidata comentou que criaria o Fundo de Garantia dos servidores. Ora, fundo de garantia é um instituto aplicável somente aos vínculos empregatícios que não dispõe de estabilidade no emprego. Portanto, muito estranha e complicada a intenção da candidata, que sempre faz confusões intencionais para esconder os verdadeiros planos.

Paira no ar mais do que o risco com a inexperiência da candidata, mas uma ameaça real a todos os aposentados do serviço público estadual. Isso não é boato, é a evidência escrita na página 6 do programa de governo, no segundo parágrafo.

Mentira até na biografia

A candidata Yeda apelou para a mentira pura no debate da TVCom. Levou à risca a técnica de Goebbels, de que a mentira repetida um milhão de vezes se transforma em verdade.

Num dos seus muito auto-elogios, a deputada disse que se orgulhava dos 30 anos de trabalho docente na UFRGS.

Mas a verdade é que ela trabalhou por apenas 22 anos na Universidade, no período de 1971 a 1993. E se aposentou aos 49 anos de idade.

Vale lembrar: no Congresso a deputada votou contra os servidores públicos e os trabalhadores da iniciativa privada em matérias como o tempo de contribuição e a idade mínima de aposentadoria. Pela regra que aprovou para todo o povo, a própria candidata não poderia ter se aposentado.

Qual a relevância no registro feito pela candidata, de que se aposentou depois de 30 anos de trabalho? Se tornar uma pessoa comum, alguém igual a todos e por isso mesmo portadora de propostas críveis, capazes de atribuírem credibilidade ao engodo eleitoral.