sábado, 9 de setembro de 2006

É mais que coincidência: Britto e Rigotto são idênticos

Em tempos de propaganda eletrônica, os candidatos abusam de truques e disfarces eleitorais para apresentarem uma imagem muito diferente daquilo que realmente são e do que realmente fariam se eleitos.
Também abusam de recursos para distorcerem os fatos, as trajetórias políticas, as experiências passadas de governo e assim tentam criar versões bem disparatadas da realidade.
É o que se percebe, por exemplo, com o candidato Rigotto, que parece finalmente assumir a faceta habilmente oculta até o presente: a de alguém com pouco apreço pela verdade, e que por isso mesmo revela sua enorme semelhança com Britto, seu correlegionário quando desgovernou o Rio Grande entre 1995 e 1998.
Às semelhanças, pois:

O PMDB com Britto fez:

O PMDB com Rigotto também fez:

Britto criou o Fundo do Magistério para fazer de conta que haveria uma maneira de pagar os inativos da Educação.

Mas no dia 28 de dezembro de 1998, apensas três dias antes de acabar seu governo, raspou R$ 425 milhões da conta do magistério para cobrir o imenso rombo deixado nas finanças estaduais.

Rigotto criou o Fundo Estadual de Precatórios, para fazer de conta que vai pagar os créditos de milhares de pequenos credores do Tesouro Estadual.

Mas usou R$ 148 milhões para cobrir o rombo das finanças estaduais e usará ainda mais dos depósitos judiciais de particulares para tapar os rombos que não páram de aparecer.

Britto repassou mais de 3 bilhões de dólares para um punhado de grandes empresas nacionais e estrangeiras que não precisavam de subsídios. Sem se falar das anistias e isenções dadas.


Vivia dizendo que o Rio Grande chegaria ao paraíso com os novos e mega-investimentos atraídos.


O paraíso nunca chegou, e o PIB do Rio Grande ficou estagnado no seu governo: foi de 0,7%, enquanto o Brasil cresceu 10,6% de 95 a 98.

Rigotto concedeu R$ 5 bilhões de benefícios, sendo mais de R$ 2bilhões renovados por mais 8 anos para mega-empresas que desde o governo Britto recebem benefícios a fundo perdido. Também praticou a anistia fiscal.

Rigotto, como Britto, vive dizendo que a partir de 2007 o Estado vai voltar a crescer, pois os investimentos atraídos levarão o Rio Grande ao nirvana.

Não há futuro com a continuidade do atual governo, que destrambelhou as finanças públicas e faz o PIB do Rio Grande ter um desempenho pífio de 2,7% enquanto o Brasil cresce 7,9%.

Britto comprometeu as finanças públicas por muitos anos devido à fruição [impacto sobre a arrecadação estadual] dos benefícios de ICMS concedidos às mega-empresas.

Olívio interrompeu as concessões desenfreadas e diminuiu as renúncias anuais em R$ 200 mi.

Rigotto compromete tanto o presente quanto o futuro. Como concedeu R$ 5 bilhões em benefícios fiscais, causou a diminuição da receita pública para os próximos anos.

O Estado poderá deixar de arrecadar R$ 600 milhões ao ano pelos próximos 08 anos.

Foi responsável pelo maior caos da saúde no Rio Grande do Sul. No seu governo 34 hospitais se descredenciaram e 1.300 leitos do SUS deixaram de existir.
Desviou dinheiro da saúde, mas garantiu repasses para grandes empresas e para o aumento dos salários mais altos.

Destina cerca de 5,6% para a saúde, o que é menos da metade do determinado constitucionalmente. Só em 2005, causou um prejuízo de R$ 365 milhões à saúde, dinheiro que foi obrigado pela Justiça a devolver.
As pessoas não recebem remédios, o Lafergs está fechado e os municípios e os hospitais do SUS foram abandonados.

Aumentou o ICMS e deixou as finanças estaduais em frangalhos.

Aplicou o maior tarifaço da história do Rio Grande e ainda assim vai passar o governo com um déficit de R$ 1,5 bilhões.

A mentira foi o método de suas campanhas e do do seu governo. Prometeu que não ia privatizar mas entregou a CRT, a parte boa da CEEE e só não vendeu o Banrisul porque o Olívio não deixou.
Britto não falava, passava todo o tempo mentindo.

Rigotto também não gosta da verdade. Além de mentir, costuma distorcer dados e informações e passa todo o tempo enrolando quando se aperta diante de assunto desfavorável ou inconveniente.
Nas eleições passadas prometeu não aumentar impostos e aplicou o maior tarifaço da história do Rio Grande. Também prometeu um posto de saúde a cada quilômetro e deixou a saúde no caos.

Um soluço de sinceridade

Em épocas em que o que mais se vê são explicações furadas, manipulação de dados e mentiras de Yeda e Rigotto para a conquista de votos, o governador-candidato teve um soluço de sinceridade na entrevista na TVCom: finalmente admitiu a paternidade pela malfadada negociação da dívida do Estado, um dos problemas que ele próprio considera representar um “sacrifício para o Rio Grande do Sul”.
O governador-candidato assumiu que a repactuação da dívida, realizada em 1997 durante a Presidência de FHC e o Governo Estadual do PMDB com Britto, foi “tremendamente perversa”. Disse mais: “eu era deputado federal, participei da negociação”.
Além disso, Rigotto também referiu os danos causados com a queda dos repasses ao Estado previstos na Lei Kandir. Vale lembrar que a retenção de valores do Rio Grande pela União foi enorme no período de FHC. À época o governador-candidato também era deputado federal – aliás foi líder do governo FHC na Câmara dos Deputados no período de criação da Lei Kandir – mas nada fez para evitar as conseqüências funestas que o descumprimento da medida trouxe para o Estado.
*** ***
No trato das duas questões - a dívida e a Lei Kandir – a sinceridade de Rigotto foi parcial e seletiva, subtraindo suas funções nos governos Britto e FHC.

Governador-candidato limitado

No último dia 7 foi a vez de Rigotto ser entrevistado na TVCom. O governador-candidato aparentava irritação e contrariedade com as críticas que vem recebendo dos adversários no processo eleitoral. Seriam críticas injustas, pois, nas palavras dele, “tenho limites e estou fazendo o máximo” [sic]. Até numa simples entrevista o governador-candidato não perde a hora para sua tradicional choradeira.
A declaração do governador-candidato é mais que uma explicação, é um pedido de aposentadoria.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Irrigação, enrolação, disfarces ....

A candidata Yeda compareceu na noite de 06/09 à entrevista especial que a TVCom promove com os candidatos ao governo estadual. Além de demonstrar um impressionante desconhecimento dos problemas do Rio Grande e das necessidades do povo gaúcho, a candidata se embananou feio em pelo menos duas situações.
Primeiro, disse que uma de suas principais prioridades, o projeto de irrigação, será realizado através de PPP´s [Parcerias Público-Privadas]. Mas não soube explicar como isso seria possível, pois dificilmente algum “parceiro-privado” aceitaria ser remunerado do investimento com sacas de grãos, animais abatidos, etc. Então, diante do aperto, não hesitou em usar um dos seus disfarces e partiu para a fórmula que habitualmente repete: “isso eu mostrarei no primeiro dia de governo como será feito”!
E o outro embaraço foi quando respondeu como enfrentaria a determinação do Poder Judiciário de aplicar os porcentuais constitucionais na saúde e na educação. Aí veio outra pérola: disse que vai abrir o Caixa do Estado para o Judiciário e mostrar que não há o que fazer! Ou seja, nada de financiamento adequado [e constitucional] da saúde e da educação. E emendou dizendo que “tem uma programação para tirar o Rio Grande da crise”. Então tá.
No mais, passou todo o tempo da entrevista repetindo seus clichês e bordões [tipo “jeito novo de governar”] e sem responder com objetividade e sinceridade os assuntos abordados.

O jeito super-manjado

As eleições deste ano sugerem estar em andamento um novo truque eleitoral do conservadorismo gaúcho.
Em dois momentos eleitorais recentes, a trucagem e o engodo venceram a política e a discussão honesta de projetos e de programas.
Primeiro, foi na eleição do atual governador em 2002, eleito sob o lema abstrato de “pacificar” o Rio Grande, um Estado incendiado e envenenado pelo sectarismo e ódio promovido principalmente pelo próprio partido do atual governador – o PMDB –que, vale lembrar, se recusou a transmitir o cargo ao governador eleito em 1998, Olívio Dutra.
Nas eleições seguintes, para prefeitos municipais em 2004, um discurso fácil de “manter o que está bom e mudar o que precisa ser melhorado” seduziu o imaginário social e foi uma variável a pesar na derrota do PT nas principais cidades gaúchas onde governava – Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas.
Neste ano, as duas principais candidaturas conservadoras, de Rigotto e de Yeda, outra vez tentam aplicar truques eleitorais usando bordões e fórmulas propagandísticas que buscam fixar fantasias no imaginário popular.
Yeda, por exemplo, repete à exaustão o bordão de que representa um “jeito novo de governar”. Pura balela! Yeda e o PSDB são manjados pelos desastres neoliberais que causaram tanto ao Brasil com FHC, como ao Rio Grande.
O PSDB foi vice-governador de Britto, quando houveram privatizações, demissões de servidores públicos, desmonte da saúde, da educação e da segurança e a transferência de bilhões de reais para poucas grandes empresas nacionais e transnacionais.
E em 2002 o PSDB de Yeda elegeu o vice-governador do atual governo, que aplicou o maior tarifaço da história do Rio Grande, desviou dinheiro da saúde, da educação e da segurança, agravou a situação das finanças públicas e que mesmo assim transferiu 5 bilhões de reais para empresas gigantes, que não precisam de subsídios.
Yeda, na verdade, é o velho neoliberalismo travestido de “choque de gestão” e “novo jeito de governar”. Não tem nada de novo. Ao contrário, quer retornar com a agenda neoliberal embolorada e privatizar o Banrisul.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Silêncio monumental

A um mega-escândalo eleitorial, corresponde um silêncio monumental.
Fiel a este mantra, a imprensa gaúcha simplesmente ignorou a denúncia provada e comprovada de uso desbragado da máquina pública na campanha de Rigotto, Simon, Padilha e Alceu Moreira - todos do PMDB.
O caso aconteceu em Imbé, cidade do litoral norte gaúcho governada pelo PMDB, onde o comitê eleitoral foi convertido numa repartição pública de saúde para realizar campanha de vacinação infantil contra a poliomelite no dia nacional de vacinação.
Tudo dentro das melhores normas de saúde pública: um funcionário público habilitado e uniformizado e as vacinas adequadamente acondicionadas em caixas térmicas do Ministério da Saúde. E tudo tão fora das normas de decência.
Coisas do PMDB: tem tanto compromisso com a saúde que nas eleições transforma seus comitês eleitorais em postos de atendimento.
Mas no governo tira dinheiro da saúde [nos últimos dias a Justiça mandou o governo atual devolver R$ 368 milhões na conta da saúde], abandona os Municípios e hospitais à própria sorte, fecha o Lafergs e deixa a população sem remédios.

Rio Grande ganhador

A frase "... porque o Rio Grande é ganhador e maior do que as dificuldades e crises ...", proferida pelo candidato a governador Olívio Dutra em uma resposta durante a entrevista especial realizada pela TVCom na noite de ontem [05/09], expressa a confiança de quem já governou o Estado, que não teme a crise e sabe como tirar o Rio Grande do fosso e do marasmo em que o atual governo o meteu.
Além de dissertar em profundidade e de maneira objetiva sobre funcionalismo, pedágio, estradas, estratégias para superação da crise, segurança, gestão e outros problemas do Estado e a forma de resolvê-los, o candidato Olívio também foi certeiro ao responder sobre um tema espinhoso: "O PT errou porque alguns dirigentes imitaram as práticas inaceitáveis dos adversários.".
Para quem não viu a entrevista e dispõe de tempo, vale a pena vê-la e poderá vê-la.
É reapresentada na íntegra as 11:50h de hoje na TVCom.

Rio Grande no SPC

O governador Rigotto faz o que o candidato Rigotto esconde da população: a cada dia afunda mais o Rio Grande.
No dia 29 de agosto fez aprovar na Assembléia Legislativa uma lei que lhe permitiu sacar dinheiro da conta de depósitos judiciais - um recurso que o Estado não tem a menor possibilidade de receber, pois é dinheiro de particulares que é depositado por ordem judicial.
A novíssima Lei [de nº 12.585] teve seus efeitos aplicados em um ritmo surpreendentemente rápido: foi sancionada na mesma noite pelo governador, publicada na manhã seguinte no Diário Oficial e R$ 148 milhões sacados da conta de depósitos judiciais para o pagar o salário do funcionalismo.
O rombo das finanças estaduais, como se vê, é grande - muito maior do que se imaginava e pior do que o candidato diz que é.
Neste ritmo, o governador Rigotto vai tirar o Rio Grande do Cheque Especial para levá-lo ao SPC.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Quando entrar setembro ...

Quando entrar setembro, também entrará no ar esse blógue.
Que se habilita como um espaço de reflexão, análise e manifestação de sentimentos e percepções acerca dos dias atuais e das direções dos ventos dos dias nossos de cada dia.
Que a companhia seja profícua.
Abraços da gente do
Biruta do Sul